Rating do Brasil: Moody’s melhora perspectiva da nota de crédito

A agência de classificação de riscos Moody’s elevou a perspectiva da nota de crédito do Brasil ontem. Atualmente classificada como Ba2, o que indica um risco mais elevado para investimentos estrangeiros, a nota foi mantida, mas sua perspectiva foi alterada de “estável” para “positiva”, indicando a possibilidade de um aumento dessa classificação no futuro.

Segundo informações do Tesouro Nacional, essa mudança é a primeira ação da Moody’s desde 2018, quando a perspectiva foi alterada de negativa para estável, e ela “reforça a melhoria na trajetória da nota de crédito observada desde 2023”, juntamente com o aumento da classificação pela Standard & Poor’s e pela Fitch. Essas três agências compõem as mais conceituadas do mercado em relação a riscos.

“Se a mudança na nota de crédito for confirmada, o Brasil ficará a um passo de recuperar o grau de investimento, um marco significativo para os indicadores de estabilidade econômica do país”, destacou o Tesouro nesta quarta-feira.

Rating do Brasil

O grau de investimento atua como uma garantia de que os países não estão em risco de dar calote em sua dívida pública. Abaixo dessa categoria está o grau especulativo, em que a probabilidade de inadimplência na dívida pública aumenta à medida que a nota diminui.

As classificações de risco feitas por agências estrangeiras representam uma medida da confiança dos investidores internacionais na economia de um país específico. As notas são utilizadas como referência para os juros dos títulos públicos, que representam o custo para o governo obter financiamento dos investidores. Além disso, as agências também atribuem notas aos títulos emitidos por empresas no mercado financeiro, avaliando a capacidade dessas empresas de honrar seus compromissos.

Nas redes sociais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que a revisão da Moody’s é um reconhecimento da melhoria das perspectivas econômicas do Brasil. “Isso reflete o trabalho conjunto dos três Poderes, que colocaram os interesses do país acima das divergências superáveis. Mesmo diante da recente turbulência na economia global, o Brasil avança e recupera sua credibilidade econômica, social e ambiental. Temos muito a fazer!”, afirmou.

Tesouro Nacional

De acordo com o Tesouro Nacional, o comunicado da Moody’s ressalta a melhora na perspectiva de crescimento do país, após sucessivas reformas estruturais e garantias institucionais que “reduzem a incerteza sobre a direção futura das políticas públicas”. Entre as reformas mencionadas, a agência destaca a importância da reforma tributária em andamento e da consolidação fiscal, buscando equilibrar as contas públicas.

Apesar de manter a classificação Ba2, a Moody’s ainda aponta riscos devido ao alto nível de endividamento do Brasil. A agência enfatizou a importância de manter a credibilidade do arcabouço fiscal para “reduzir as incertezas sobre a trajetória fiscal”.

“Nesse sentido, a agência espera que o crescimento robusto, juntamente com o progresso contínuo na consolidação fiscal, leve à estabilização da dívida do país”, avaliou o Tesouro, destacando ainda a importância da agenda de transição energética do governo, que “busca atrair investimentos privados para projetos de energia limpa, podendo contribuir para impulsionar o crescimento”.

“O Ministério da Fazenda reafirma o compromisso do país com uma trajetória sustentável para as contas públicas, combinando esforços para aumentar a arrecadação e conter o aumento das despesas”, declarou o Tesouro Nacional.

“Um melhor equilíbrio fiscal do governo resultará na redução das taxas de juros e na melhoria das condições de crédito. Isso criará as condições para aumentar os investimentos públicos e privados, gerar empregos, aumentar a renda e promover uma maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do Brasil”, acrescentou o órgão.

(Com Agência Brasil).