Commodities
Recompra de petróleo pelos EUA aciona alta da commodity
Como reflexo, o barril do Brent valorizou 0,56%, a US$ 77,44, e o do WTI subiu 0,75% a US$ 73,71
A notícia de que o governo dos EUA pretende recomprar petróleo do mercado ‘a fim de reforçar a reserva estratégica’ da commodity do país, ‘tão logo os trabalhos de manutenção e reparo do setor forem concluídos’ reverteu o viés negativo dos últimos dias e deu lugar à valorização do insumo energético.
O fator ianque acabou superando o efeito regressivo decorrente de dados fracos relativos às importações da China e, até mesmo, as incertezas associadas à indefinição do teto da dívida estadunidense.
Em decorrência de tais fatores, o barril do petróleo Brent (referência global) com vencimento em julho próximo teve valorização de 0,56%, a US$ 77,44, ao passo que o barril do WTI (referência ianque), para igual mês, subiu 0,75% a US$ 73,71.
Na avaliação do analista sênior de mercado do The Price Futures Group, Phil Flynn, a recuperação dos preços da commodity foi precipitada pelo anúncio do presidente dos EUA, Joe Biden, de que pretende recomprar petróleo para a reserva estratégica do país.
Para o analista Bob Yawger, “hoje seria um dia difícil para os ativos de risco desde o início”, ao destacar que o foco do mercado girou em torno das negociações do teto da dívida de Washington, enquanto se aproxima a ‘data de inadimplência’. “A falha em fechar um acordo provavelmente seria um grande evento de destruição de demanda para o barril”, acrescenta Yawger.
Mas a ‘bonança’ do setor pode durar pouco, uma vez que persiste o temor dos investidores quanto à divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA, que ocorre amanhã (10), cujo resultado poderá ‘pesar’ sobre os preços do petróleo. Isso sem contar com o impacto dos dados semanais de estoque da commodity, igualmente nesta quarta-feira, que serão acompanhados de perto pelo mercado.
De resto, na pátria da bandeira estrelada continua a tensão decorrente de dúvidas quanto à saúde do sistema bancário estadunidense. “Os investidores de petróleo claramente continuam profundamente preocupados com a turbulência nos bancos regionais dos EUA e quais poderiam ser as consequências para a economia dos EUA, juntamente com os efeitos em cascata em outros lugares”, avalia o analista-sênior de mercados da Oanda, Craig Erlam.
Enquanto isso, os contratos futuros do petróleo, na Bolsa Mercantil de Nova Iorque tiveram alta de 0,37%, com entrega em junho próximo, cotados a US$ 72,89 por barril no momento da escrita.
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