Agronegócio
Recuo de 0,04% do IBC-Br reforça queda do PIB este ano, prevista pelo Focus
Prévia do BC em janeiro converge com estimativa do mercado para a economia em 2023
Em linha com o recuo da previsão do crescimento da economia para 2023 – de 0,91% para 0,90% – feita hoje (17) pelo Boletim Focus, o Banco Central (BC) apontou queda de 0,04% do IBC-Br (a prévia do PIB – Produto Interno Bruto) em janeiro deste ano, ante dezembro último, quando havia crescido 1,41%, no comparativo mensal. No ano passado, o indicador registrou avanço de 2,9%, praticamente a metade do crescimento de 2021, de 5%.
Em comparação com janeiro do ano passado, a prévia de janeiro deste ano corresponde a uma alta de 3,03%, e de 3% em 12 meses. Pelo critério de média móvel trimestral, o IBC-Br recuou 0,23%, em relação aos três meses encerrados em dezembro.
Ao empregar a mesma metodologia utilizada pelo IBGE, o IBC-Br é elaborado pelo BC como meio de aproximação do desempenho do PIB, embora este não permita detalhar setores econômicos específicos. Para especialistas, a redução de 0,04% observada no primeiro mês deste ano não deixa de ser mais ‘suave’ do que a esperada por analistas.
Para o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale, o melhor desempenho do agro em janeiro último compensou parcialmente a performance negativa dos serviços, indústria e comércio no início deste ano, em razão da superssafra colhida pelo país, que deverá injetar mais de R$ 1,2 trilhão na economia brasileira, segundo previsão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
“Essa vai ser a história do ano inteiro praticamente, com a superssafra do agro ajudando a manter a economia crescendo próximo de 1%. Não havendo nenhuma surpresa climática, o agro neste ano vai salvar a economia pela produção, sem contar que o setor, nos últimos dois anos, salvou o desempenho econômico do país, por meio de preço e câmbio”, assinala Vale.
Para a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, a “desaceleração acentuada” do crescimento da economia em 2022 é reflexo da “reduzida liquidez no ambiente externo”, combinada com um “ciclo de aperto monetário interno’, vide manutenção, em patamar elevado de 13,75% ao ano, da Selic (taxa básica de juros) pela autoridade monetária.
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