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Saldo negativo dos fundos de investimento é o primeiro em cinco anos

Retirada líquida no primeiro trimestre (1T23) chega a R$ 82,1 bilhões, por conta de Selic alta e migração de cotistas

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A persistência de altas constantes da Selic (taxa básica de juros) até o patamar elevado atual, de 13,75% ao ano, associada à migração de cotistas, de classes de investimentos mais arriscadas, para mais conservadoras, foi a combinação determinante para que os fundos de investimento do país apurassem, neste primeiro trimestre (1T23), o primeiro saldo negativo em cinco anos.

Nesse período, de acordo com dados da Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a aplicação apresentou retiradas líquidas de R$ 82,1 bilhões, sob a liderança dos fundos multimercados, cujas retiradas somaram R$ 37,4 bilhões, seguidos pelos fundos de ações, cujos resgates líquidos totalizaram R$ 23,9 bilhões. Em contraste, referenciados pela Selic, os fundos de renda fixa acusaram saques líquidos bem menores, de R$ 12,2 bilhões, em contraste com aportes líquidos de R$ 108,4 bilhões, em igual período do ano passado.

Na verdade, o movimento migratório dos cotistas, já citado, visa utilizar os recursos sacados dos fundos de investimento para adquirir títulos de renda fixa, isentos de tributação pelo Imposto de Renda (IR), como as letras de crédito do agronegócio e imobiliário (LCA e LCI), o que garante alto padrão de vida, por meio da correção dessa aplicação pela inflação elevada, o suficiente para quitar suas dívidas.

Para o vice-presidente da Anbima, Pedro Rudge, “a aversão a risco e a taxa de juros alta fazem com que outros instrumentos sejam mais atrativos do que fundos, especialmente os isentos. Em um cenário de taxa de juros em 13,75% ao ano, fazer investimento e não pagar imposto de renda é um diferencial bastante relevante e faz com que as pessoas acabem realocando seus investimentos”.

Já o diretor da Anbima, Giuliano De Marchi, por sua vez, mantém a expectativa de que a demanda por fundos de renda variável deverá se aquecer, mais para o final do ano. “Até lá, a demanda deve ser maior por fundos de renda fixa, pois ativos de maior risco acabam sofrendo neste cenário de incerteza, até ter mais claridade no horizonte”, explicou.

Ao mesmo tempo, De Marchi sugere que os investidores mantenham uma carteira diversificada, sem ‘pular de galho em galho’ entre aplicações, além de evitar a ‘zeragem’ de posições em ativos de risco, pois o mercado tende a se recuperar no longo prazo.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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