Commodities
Retomada econômica fraca da China mantém minério de ferro em queda
Enquanto o contrato da commodity em Dalian recuou 2,01%, em Cingapura, a redução chegou a 0,2%
A lenta recuperação da economia da China – maior produtora de aço e consumidora de minério de ferro do planeta – e a ‘relutância’ do gigante asiático em adotar estímulos para o setor são os fatores apontados pelo mercado para que os preços dos contratos futuros da commodity permaneçam na mesma trajetória declinante das sessões anteriores.
Exemplo disso, o contrato negociado para entrega em setembro, na Bolsa de mercadorias e futuros chinesa de Dalian, caiu 2,01% para 682,5 iuanes ou US$ 98,78 por tonelada, ao passo que aquele para janeiro de 2024 – que respondeu pelo segundo maior giro da sessão de hoje (25) – recuou 1,93% a 633,5 iuanes ou US$ 91,62 por tonelada.
Já na Bolsa de Cingapura, a commodity com vencimento em junho próximo caiu 0,2% para US$ 95,25 a tonelada, após atingir a maior baixa em três semanas (US$ 94,70) no início da sessão. No acumulado do ano, o minério de ferro nessa bolsa acumula perdas superiores a 15%, eliminando ganhos anteriores, juntamente com o fim do otimismo com relação às perspectivas de demanda mais aquecida da China em 2023.
Segundo o Banco Central (BC), a taxa de câmbio usada para a conversão dos preços dos contratos de minério de ferro foi de 7,059 iuanes por dólar.
Contribuiu para o ceticismo do mercado, a previsão de Pequim, de que o país asiático deverá apresentar, este ano, um crescimento do PIB não superior a 5%, para ‘frustração’ de analistas, que esperavam um patamar bem superior ao divulgado. Além disso, os dados do governo chinês atestam um descompasso entre o crescimento do setor de serviços ao consumidor, mais expressivo, e o da indústria, muito abaixo do primeiro.
Para o analista do banco de investimentos China International Capital, Chaohui Guo, “as pessoas estão ajustando suas expectativas de recuperação da China para baixo”. Pelo viés do mercado de ações, o índice CSI 300 já teria ‘apagado’ perto da metade do rali iniciado com a reabertura do país, em novembro, “enquanto o yuan sinaliza uma economia em dificuldades”.
No mercado imobiliário, que vem de longa crise, as vendas continuam ‘encolhendo’, após um breve ensaio de recuperação, cujos problemas financeiros das incorporadoras ‘emperram’ o andamento de novos projetos, em um setor responsável por 20% do PIB da China.
Sinalização de fragilidade do setor de construção civil chinês, a cotação do cobre ‘despencou’ para um nível inferior a US$ 8 mil a tonelada, enquanto, na média, o minério de ferro caiu a um patamar próximo de US$ 95, o que serviu para anular grande parte dos ganhos decorrentes do fim da política ‘covid zero’, no final do ano passado.
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