Retomada econômica ‘frágil’ da China ‘segura’ valor do minério de ferro

Diante de um ritmo de recuperação da demanda pela China, considerado ‘decepcionante’ por agentes do mercado, o minério de ferro apresentou resultados mistos, nesta quarta-feira (26). Enquanto a Bolsa de Cingapura, este exibia uma reação ‘modesta’, subindo 1,2%, para US$ 103,65 a tonelada – ainda que esse nível represente queda de 20% em relação ao pico de US$ 132, em 15 de março deste ano – a Bolsa de Dalian (China) recuava 0,4%, a US$ 103,52 ou 716,50 iuanes a tonelada, depois de cair até 698 iuanes, na menor cotação, desde 8 de dezembro do ano passado.

Entre os fatores adicionais que contribuíram as perdas da commodity, o destaque ficou para  a solicitação feita pela China Iron and Steel Association (CISA) aos fabricantes do insumo siderúrgico, no sentido de que reduzissem a produção, visando “garantir um fluxo de caixa estável”.

De acordo com dados da consultoria e provedora de dados, Mysteel, mais de 30 siderúrgicas já haviam sinalizado a intenção de que adotar ‘planos para manutenção, até a próxima terça-feira (2.5).

Diante de tal desempenho, mesmo que o ‘apetite’ chinês por produtos siderúrgicos melhore até o final deste ano, a perspectiva é de que a cotação do minério de ferro permaneça ‘frágil’ por um longo tempo, por conta da política de controle das emissões de gases de efeito estufa, decorrentes da produção de aço, adotada por Pequim, admitiram, em nota, analistas da Huatai Futures.

A produção de aço bruto da China – maior fabricante mundial do insumo – no primeiro trimestre (1T23) apresentou alta de 6,1%, no comparativo anual, para 261,56 milhões de toneladas, ao passo que o consumo aparente do item cresceu 1,9%, para 243,42 milhões de toneladas, segundo a CISA.

Já outros observadores entendem que poderá haver retomada mais firme da demanda, caso a economia chinesa (a segunda maior do planeta) ganhe ritmo. “Estimo que a atividade de construção civil começará a crescer no segundo semestre”, projetou a analista da Gavekal Dragonomics, Rosealea Yao.