Rússia passará a taxar a exportação de fertilizantes; Entenda os impactos

Foi anunciado na última sexta-feira (11) pelo veículo de comunicação Interfax que a Rússia começará a taxar as exportações de fertilizantes. Todos eles serão taxados em 23,5% quando o preço superar US$ 450 por tonelada, isso segundo informações fornecidas pelo ministro do comércio, Denis Manturov.

A medida pode causar impacto no Brasil, já que a maior parte do fertilizante que chegou em solo brasileiro de janeiro a outubro de 2022 veio do país europeu.

O mercado está aguardando que haja boas safras na América do Sul e posteriormente na América do Norte, para conseguir estabilizar a oferta e a demanda atual e também reabastecer o estoque. A chegada dessa notícia, no momento atual, causa preocupação.

É esperado que essa mudança não seja sentida imediatamente, e sim mais adiante, é o que diz o analista de fertilizantes da Agrinvest Commodities, Jefferson Souza. O analista acredita que essa mudança pode, de certa maneira, ajudar a controlar a disfunção que o mercado vem passando nos últimos tempos.

Além disso, a taxação das exportações pode tornar a Rússia menos competitiva, gerando uma diminuição nos preços. O analista conta que acredita que isso pode ajudar o Brasil a ficar menos destoado no mercado.

“Acredito que as tarifas de exportação de fertilizantes da Rússia poderão contribuir para vermos o mercado brasileiro menos destoado. Ultimamente, ao receber algumas cotações, percebo que existe uma grande diferença entre as empresas para o mesmo produto. Quem sabe essa diferença diminua”, afirma Jefferson.

A Rússia é o país que mais tem exportado fertilizantes para o Brasil no ano de 2022. Nos primeiros dez meses do ano, entre janeiro e outubro, cerca de 6,85 milhões de toneladas do fertilizante russo chegaram aos portos brasileiros, mesmo com a guerra que vem acontecendo no Leste Europeu.

“Mesmo com a guerra no leste da Europa, a Rússia continua sendo a maior fornecedora de fertilizantes para o Brasil nos primeiros dez meses de 2022. De janeiro a outubro, a Rússia destinou para os principais portos brasileiros mais de 6,85 milhões de toneladas”, é o que explica Jefferson.

Durante essa semana, o valor de quase todas as matérias-primas caíram em dólar por tonelada, no entanto, a alta da moeda brasileira fez com que se tornasse mais caro, mas o analista ressalta que “contudo, além do preço precisamos sempre olhar as relações de  troca”.