Economia
Saídas líquidas da poupança atingem R$ 5,823 bilhões em setembro
Com este resultado, aplicação acumula saldo negativo de R$ 86,128 bilhões no ano
Como resultado da diferença entre aplicações de R$ 306,152 bilhões e saques de R$ 311,988 bilhões, a caderneta de poupança apresentou, em setembro último, saída líquida no montante de R$ 5,835 bilhões, apontam dados divulgados, nesta sexta-feira (6) pelo Banco Central (BC).
Desse modo, o total do mês passado é quase metade do apurado em agosto, quando a saída líquida chegou a R$ 10,074 bilhões, e pouco abaixo do saldo negativo de R$ 5,902 bilhões, registrado em setembro do ano passado.
Se considerado o rendimento de R$ 6,151 bilhões, a caderneta soma agora um estoque global de R$ 968,327 bilhões, no final de setembro deste ano.
Com apenas um mês de resultado positivo, 2023 responde por um saque acumulado da poupança de R$ 86,128 bilhões, correspondendo a uma tendência de ‘sangria de recursos’, que vem se acentuando desde 2021, em compasso com a elevação dos juros, a escalada inflacionária e o endividamento das famílias. Pior ano da história das cadernetas (desde o início da série, em 1995), em 2022 foi registrado saldo negativo de R$ 103,237 bilhões.
Como a taxa básica de juros (Selic) está hoje em 12,75% ao ano, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), hoje em 0,11% ao mês (1,33% ao ano), acrescida de uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Quando a Selic é inferior a 8,5% ao ano, a atualização é feita pela TR mais 70% da taxa básica de juros.
Em agosto passado, por conta da operação-padrão dos servidores do Banco Central (BC) e do feriado de 7 de setembro, a divulgação daquele mês havia sofrido atrasos, quando apresentou aplicações de R$ 321,605 bilhões, ante saques de R$ 331,680 bilhões.
Para analistas, a perspectiva é de a aplicação mais popular do país continuar a apresentar saídas líquidas nos próximos meses, pelo menos, enquanto a Selic permanecer em patamar elevado, ‘remédio’ utilizado pelo BC para ‘derrubar’ a resiliente inflação tupiniquim, sem contar o conturbado cenário externo, que não permite uma redução mais rápida da taxa básica. Outro fator que pesa contra as cadernetas é o fato de a Selic elevada tornar mais atrativas outras aplicações, como a de renda fixa.
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