Sal-gema: o que faz esse mineral tão valioso e por que sua extração pode ser perigosa?

Você já ouviu falar em sal-gema? Ele é uma versão do sal que costumamos usar na cozinha, mas com origem e usos bem diferentes. Vamos entender um pouco mais sobre esse mineral e como ele está impactando a vida de muitas pessoas em Maceió.

O que é sal-gema?

O sal-gema, também conhecido como halita, é encontrado em depósitos subterrâneos formados há milênios pela evaporação de antigas massas de água salgada. Isso difere do sal de cozinha, que é extraído da superfície do mar.

Esse tipo de sal é fundamental na indústria química. Ele entra na fabricação de uma série de produtos que usamos no dia a dia, como:

• Soda cáustica;
• Ácido clorídrico;
• Bicarbonato de sódio;
• Sabões, detergentes;
• E até pasta de dente.

A situação de Maceió

Em Maceió, surgiu um problema sério em uma das minas de sal-gema exploradas pela empresa petroquímica Braskem, localizada no bairro do Mutange.

Devido ao risco de colapso da área, a prefeitura declarou estado de emergência. A extração começou na década de 1970 para a produção de PVC; contudo, há mais de uma década, especialistas vêm alertando sobre o perigo de desabamento.

Por conta do risco, mais de 14 mil imóveis foram esvaziados, afetando cerca de 60 mil pessoas que tiveram de deixar suas casas. O problema é tão sério que o solo pode afundar, criando uma cratera gigantesca, do tamanho do estádio do Maracanã, devido ao método de extração do sal-gema, que ocorre a cerca de 1.200 metros de profundidade.

A produção de sal-gema no Brasil

O Brasil é um grande produtor de sal-gema, estando entre os dez maiores do mundo. Somente em 2022, foram extraídas cerca de 7 milhões de toneladas do mineral.

O sal-gema tem uma história longa e uma importância gigantesca para a indústria moderna. No entanto, como vimos em Maceió, a extração desse recurso pode trazer sérias consequências se não for realizada com cuidado e responsabilidade.