Economia
Sanções impostas pelo ocidente afetam a população russa
A Europa Ocidental impõe sanções aos russos na tentativa de impactar o governo de Putin e russos vêm se preparando para uma mudança drástica em seu estilo e padrão de vida.
Após a decisão de invadir a Ucrânia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, vem caminhando para um processo de isolamento no que tange às transações de mercadorias no mundo. Evidentemente, a priori, era sabido que as decisões tomadas pelo governante russo acarretaria impactos significativos tanto na população mundial quanto na população russa. Desta forma, na medida em que as tropas russas avançam em direção a Kiev, a Europa Ocidental impõe sanções aos russos na tentativa de impactar o governo de Putin e, consequentemente, forçar um recuo.
Nesse sentido, devido às sanções impostas, os russos vêm se preparando para uma mudança drástica em seu estilo e padrão de vida. Na semana passada, diversas empresas abandonaram suas produções na Rússia, entre elas inclui-se a Apple, a Ford, General Motors, Volvo, Renault e Jaguar. Também, na mesma movimentação, a Disney, juntamente com a WarnerMedia, empresa controladora da CNN, estão encerrando os lançamentos de seus filmes na Rússia. As empresas petrolíferas Shell e BP também encerraram as joint ventures com contrapartes russas no início desta semana.
Mediante à essas movimentações, a moeda Russa despencou em torno de 25% no dia 28 de fevereiro, valendo menos que um centavo norte-americano. Com a desvalorização da moeda local, a inflação irá subir exponencialmente que já estava bem acima da meta do banco central antes da invasão da Ucrânia por Putin.
Após a invasão da Crimeia em 2014, havia sofrido diversas sanções econômicas, também, oriundas do ocidente referentes às chamadas políticas de substituição de importações visando diminuir sua dependência de insumos estrangeiros. À vista disso, o vice-diretor do Centro de Geoeconomia do Atlantic Council, Charles Lichfield, afirma que “a maneira como eles lidaram com isso em 2014/15, a maneira como eles lidarão com isso agora, é apenas levar a inflação no queixo, promulgar políticas de substituição e usar a receita do petróleo para manter os gastos públicos”.
A população russa, necessariamente, precisa de diversos produtos que são negociados em dólar. Porém, de fato, se as sanções impostas pela União Europeia persistirem, é mais fácil o governo russo duplicar os substitutos domésticos avisando seus cidadãos que será necessário uma adaptação generalizada para conviver com essas sanções, visto que Putin não irá negociar com o Ocidente. E, por mais estranho que isso pareça, na Rússia, a opinião pública é, de certo modo, pouco importante. Em uma democracia real, evidentemente esse fato abalaria os responsáveis no poder, todavia, para Putin, essa determinante não influencia em nada, diretamente.
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