Sem auxílio e sob restrições, economistas alertam sobre risco de recessão econômica no país

Com o crescimento do número de casos da Covid-19 e de mortes pela doença no início de 2021, a economia brasileira vem perdendo fôlego nos primeiros meses deste ano. Sem o auxílio emergencial, que só deve voltar em março ou abril, economistas já esperavam uma queda no PIB no primeiro trimestre.

Entretanto, muitos acreditam que a retração da economia deve continuar no segundo trimestre, resultando na chamada “recessão técnica”, ou seja, quando essa queda ocorre por dois trimestres seguidos. A avaliação é resultado do Natal fraco no comércio, assim como o setor de serviços, além da baixa nos índices de confiança de consumidores e empresários.

De acordo com projeções da consultoria MB Associados e do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a retração deve ser de 0,8% no primeiro trimestre de 2021, enquanto no segundo é estimada uma queda de 0,3%.

Segundo o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, um dos problemas é a demora na vacinação contra a Covid-19. “Estou otimista com as vacinas, e vejo chance de o programa de imunização acelerar ao longo do caminho, podendo ter impacto potencialmente explosivo lá na frente, já que mais vacinas estão surgindo. No começo, no entanto, a produção, aquisição de insumo, negociação política, é tudo mais lento e podemos entrar numa recessão leve”, destacou.

Dados divulgados recentemente pelo IBGE confirmam que o cenário não é favorável. Segundo levantamento do órgão, as vendas do varejo registraram queda de 6,1% em dezembro em relação ao mês anterior, abaixo até das previsões mais pessimistas para o período. Já o setor de serviços teve queda de 0,2% no último mês de 2020.