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Setor de alimentos e bebidas deverá reportar resultados mistos, diz XP

A principal estratégia deve ser estimular vendas através de canais mais rentáveis, como o on-trade (bares e restaurantes)

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O setor de alimentos e bebidas deverá reportar resultados mistos, segundo a XP Investimentos, por conta do cenário macroeconômico que continua a decepcionar.

“Nesse segmento, após quatro trimestres sequenciais de recuperação (desde o 3T20), a base de comparação mais difícil é motivo suficiente para propor ceticismo”, disse.

E acrescentou: “esperamos uma temporada de resultados mistos, confirmando nossa visão de que a diversificação geográfica tem sido mais estratégica nos resultados das empresas, mas também devido às diferentes perspectivas para cada proteína e aos eventos recentes no setor. Com vários setores apresentando performance negativa, consideramos as commodities como uma boa estratégia de defesa.”

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XP Investimentos: Bebidas

De acordo com a corretora, em relatório encaminhado ao mercado, diante da melhora sequencial nas vendas de cerveja nos últimos quatro trimestres, confirmando uma recuperação mais forte do que a esperada no consumo, isto apesar de restrições de circulação ainda estarem em vigor, o principal desafio atualmente é o repasse de preços visando a recuperação das margens.

“A principal estratégia deve ser estimular vendas através de canais mais rentáveis, como o on-trade (bares e restaurantes), mas também já esperamos sinais dos reajustes nos preços esperados para o final do ano”, frisou.

E disse mais: “as plataformas de vendas digitais, como Zé Delivery e Bees (ambas da AmBev), devem compensar os maiores custos de uma entrega mais atomizada, além de permitir a ampliação do portfólio, algo necessário para satisfazer um consumidor mais exigente. A pressão de custos continua um problema para o setor, entretanto, esperamos que a recuperação do consumo se mostre mais acelerada na América do Sul e Central, especialmente no Brasil.”

Alimentos

Em relação aos alimentos, elencou, as perspectivas permanecem mistas devido às diferenças geográficas e dado que cada tipo de proteína apresentou uma performance diferente no trimestre.

Na América do Norte, apesar no aumento de preços de animais vivos, a demanda continuou forte tanto para o mercado doméstico quanto para exportação, o que leva a ter uma visão positiva para o terceiro trimestre de 2021, com possibilidade de outro trimestre recorde para carne bovina. “Também esperamos recuperação no setor de carne suína, mas apenas lateral para frango”, destacou.

Já na América do Sul, a produção brasileira foi afetada por dois casos atípicos de EEB (“mal da vaca louca”), o que levou o governo a banir as exportações para a China, que por sua vez ainda não retomou as importações, o que deve causar um efeito negativo nas margens da indústria.

“A Argentina manteve inúmeros cortes de carne bovina com preços congelados, apesar de flexibilizar o volume exportado, mas ainda não retornou ao seu pico de performance. O Paraguai também foi afetado pelo atraso no retorno das exportações brasileiras para a China, dado que o Brasil está agora focando suas exportações para outros mercados e impactando as exportações do Paraguai para estes países”, ressaltou.

E continuou: “o Uruguai, por outro lado, continua positivo visto que permanece com bom acesso ao mercado chinês e também devido ao maior preço nos Estados Unidos, tanto na produção normal quanto para a carne bovina orgânica. Em relação às aves e suínos, diante da melhora nas exportações e, também, devido à sazonalidade positiva, esperamos um trimestre de melhoria, embora ainda muito cedo para projetar efeito positivo dos preços mais baixos de farelo de soja e milho. A perspectiva mais positiva para as próximas safras de milho e soja pode ser um ponto de virada para o setor.”

Empresas: tese de investimentos

  • Ambev (ABEV3) – Compra

Esperamos resultados mistos para a AmBev, com recuperação na América Central e Latina e performance lateral para o Canadá. O Brasil, no entanto, deve apresentar resultados mais fracos principalmente devido às pressões de custos, uma vez que as commodities permanecem em níveis elevados e a desvalorização do real em relação ao dólar também impacta negativamente os resultados da empresa. Com o avanço da vacinação no Brasil e a circulação voltando ao “normal”, as vendas de cerveja no canal on-trade (bares e restaurantes) devem aumentar sua participação e isso é positivo para as margens. A AmBev também anunciou um aumento de preço para outubro, algo que consideramos positivo, mas o desempenho de Bees e Zé Delivery deve receber mais atenção à medida se apresentam como possíveis alavancas de crescimento.

  • Alimentos

Marfrig (MRFG3) – Compra

Esperamos que a Marfrig registre outro trimestre forte principalmente devido a mais um desempenho recorde em sua operação nos Estados Unidos, superando as preocupações sobre as margens decrescentes no Brasil, enquanto a China leva mais tempo do que o esperado para retomar suas importações do Brasil. Com a demanda ainda forte nos EUA, o spread entre animais vivos e cortes de carnes melhorou no início do trimestre e, apesar de ter começado a se contrair recentemente, ou mesmo que continue diminuindo ao longo do restante do ano, ainda esperamos que seja o melhor ano já registrado para a Marfrig.

  • JBS (JBSS3) – Compra

Apesar dos resultados mistos, esperamos outro trimestre forte para a JBS com sua operação de carne bovina nos EUA ainda surpreendo, enquanto a carne suína ainda deve se recuperar. A PPC (que apresentará resultados na próxima quarta-feira, 27/10) deve vir sem alterações relevantes. O Brasil continua desafiador, com o terceiro trimestre não sendo totalmente impactado pela paralisação das importações de carne bovina da China e ainda não impactado pelos preços mais baixos do gado e/ou milho e soja, mas esperamos uma recuperação modesta e um possível momento positivo para 2022.

  • BRF (BRFS3) – Neutro

Esperamos uma melhora nas margens da BRF, mas os resultados de suas unidades de negócios permanecem mistos. As Exportações Diretas e Halal devem apresentar desempenho lateral, enquanto o Brasil deve melhorar, mas a Ásia deve decepcionar. Os efeitos positivos dos preços mais baixos do milho e do farelo de soja são esperados apenas no final deste trimestre e início de 2022. No entanto, com a pressão constante por preços mais altos no mercado interno e a pressão de custos permitindo algum otimismo, esperamos que este trimestre seja um ponto de inflexão para a BRF.

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