Economia
Siderúrgicas vão investir R$ 100,2 bi no Brasil até 2028
Anúncio foi feito em reunião com o presidente Lula.
Empresas do setor siderúrgico planejam investir R$ 100,2 bilhões no Brasil até 2028. O anúncio foi feito ontem após uma reunião entre representantes do setor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros da área econômica.
Os detalhes específicos dos investimentos não foram divulgados. Este anúncio ocorre menos de um mês após o governo estabelecer cotas de importação por um ano para 11 tipos de produtos de aço e uma taxação de 25% sobre importações que excederem essas cotas. Em fevereiro, o governo já havia restabelecido tarifas de importação para cinco itens.
O presidente Lula comemorou a decisão do setor siderúrgico em suas redes sociais, destacando a recuperação econômica e os investimentos significativos anunciados recentemente, incluindo R$ 130 bilhões do setor automobilístico e agora mais R$ 100 bilhões da indústria siderúrgica nos próximos cinco anos.
Siderúrgicas
Em entrevista coletiva após a reunião, o vice-presidente Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, classificou a decisão como um “anúncio importante” e afirmou que os investimentos são resultado das políticas governamentais de apoio ao setor siderúrgico.
“O resultado são R$ 100 bilhões em investimentos, melhorando a competitividade, gerando descarbonização, emprego e renda”, declarou Alckmin. Ele destacou que a imposição de cotas de importação é uma medida inédita na política industrial brasileira e mencionou outros instrumentos utilizados pelo governo, como tarifas antidumping e sobretaxas para produtos vendidos abaixo do preço de custo. Atualmente, há dez investigações comerciais em andamento.
Segundo Alckmin, a política de apoio ao aço ajudará a reduzir a ociosidade no setor siderúrgico. “Houve uma grande preocupação em relação à importação de aço. Nos últimos anos, teve um crescimento muito grande da importação, levando à ociosidade uma indústria de base importante”, acrescentou. Ele ressaltou que o aço brasileiro poderá ser utilizado pela indústria automotiva, que também anunciou investimentos significativos no país recentemente.
Repercussão
De acordo com o Instituto Aço Brasil, de janeiro a março, o Brasil importou cerca de 1,3 milhão de toneladas de aço, um aumento de 25,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos últimos anos, o setor criticava a concorrência desleal do aço estrangeiro, que impedia o aumento da produção brasileira.
O presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, Jefferson de Paula, destacou que o setor investiu R$ 162 bilhões nos últimos 15 anos e emprega 2,9 milhões de pessoas. No entanto, as siderúrgicas nacionais operam com cerca de metade da sua capacidade instalada, produzindo 26,6 milhões de toneladas, embora tenham um potencial de produção de 51 milhões. No ano passado, 26% do aço consumido no país foi importado, com 58% vindo da China.
O presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Ricardo Alban, também presente ao anúncio, comemorou a iniciativa e pediu providências para outros segmentos que enfrentam problemas de concorrência com produtos importados, mencionando os setores petroquímico, químico, de fertilizantes e da construção civil como áreas que necessitam de medidas.
(Com Agência Brasil).
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