Economia
Sinal amarelo para a crise hídrica, aí vêm as térmicas!
Aneel simplifica contratação da energia mais cara do país
Sintoma de quão grave é a crise hídrica nacional, a qual pode, como em passado recente, descambar em sério racionamento – e por tempo imprevisível – a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) corre contra o tempo, ao anunciar a simplificação do processo de contratação de energia térmica – a mais cara do país – mediante edital, “com o objetivo de comprar energia adicional para fornecimento no período de abril de 2022 e dezembro de 2025”.
Pior patamar – A decisão – tomada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – foi anunciada pelo presidente da autarquia, André Pepitone, ao explicar que “a contratação dará fôlego para que os reservatórios das hidrelétricas, alguns no pior patamar desde a crise energética de 2011, consigam recuperar seus reservatórios”, sem fornecer mais detalhes ou números sobre o problema.
Reposicionamento – Ao comentar que a medida “permitirá que se faça um trabalho de reposicionamento dos nossos reservatórios”, Pepitone ilustrou, ameno, que “assim como na pandemia, em que as pessoas estão vivenciando um novo normal, na operação do setor elétrico, nós presenciamos também um novo normal”.
‘Baterias’ – O dirigente acrescentou, ainda, que “precisamos melhorar os nossos reservatórios. Então, vamos contar com essa energia para atender a população e também para ser armazenada nas nossas baterias, que são os reservatórios”, concluiu.
Perspectiva incerta – O tom de realidade veio do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ao enfatizar que “a crise hídrica não acaba em dezembro”, quando começa a estação das chuvas, mas a perspectiva é incerta quanto prazo (leia-se, anos) necessário à recuperação dos reservatórios.
Racionalização à vista! – A conclusão é que, depois da ‘bandeira vermelha’, restou ao governo a criação, como no passado, de programas de racionalização do consumo, de modo a diminuir riscos de apagões e racionamentos.
Investimentos de porte – Ante a realidade de que, há décadas, o parque hidrelétrico – esteio de nosso desenvolvimento econômico – não recebe investimentos de porte, coube a Pepitone, tão somente, inaugurar uma linha de transmissão em Janaúba (MG), que incrementará em 25% (1600 Megawatts – MW) a capacidade de entrega de energia do Nordeste para o Sudeste, nada mais.
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