Soja: safra poderá ser menos gorda do que mais gorda ainda se mostrava

Não é uma safra de soja ameaçada pelas poucas e irregulares chuvas no Sudeste e Centro-Oeste, mas poderá ser menos gorda do que muito mais gorda sempre mostrou que seria.

Superará tranquilamente as 155 milhões de toneladas 22/23. No entanto, o rumo das 163 ou 164 milhões/t começou a ficar mais difícil.

Vlamir Brandalizze, consultor de grãos, pensa que não passará de 140 milhões. Mesmo que há tempo para recuperar o atraso do plantio, que parou com a falta de chuva especialmente neste mês, entra no risco muito do que foi plantado quase no “pó”.

Salva-se a safra do Sul, com as chuvas – embora há partes também em alerta pelo excesso de umidade -, mas esta potencialidade de perda de produtividade do que já se plantou e o estreitamento da janela de plantio, tudo de São Paulo cima, compromete mais.

Por estreitamento de janela corresponde ao prazo ideal de plantio, basicamente até final de novembro, sem prejudicar a produtividade, porque depois as plantas vão entrar em desenvolvimento em um período mais suscetível às doenças.

Brandalizze lembra que depois de as chuvas voltarem boas, ainda é preciso uma semana mais ou menos para a umidade pegar no solo.

No limite, no limite, como ocorreu eu 2021, o atraso pode depois atrapalhar o plantio do milho, se a soja atrasar demais.

Jonadan Ma, CEO do Grupo Ma Shou Tao, do Triângulo Mineiro, só viu 5% de área semeada na região. No Nordeste do Mato Grosso, Marcos da Rosa, ex-presidente da Aprosoja Brasil não começou a plantar. Mozart Carvalho Assis, de Jatai, no Sul de Goiás, parou em outubro, e teme perder o que plantou em setembro.

Esse é o quadro, que deixa em perspectiva um risco que se não comprometerá a safra, ajuda a semear preços melhores, diante da nova rodada de quebra a oferta americana (111 milhões/t) e estoques mais justo.