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Economia

Somente 22% dos brasileiros têm boas condições de conectividade, mostra pesquisa

Levantamento do NIC.br

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Apenas 22% dos brasileiros com mais de 10 anos de idade desfrutam de condições satisfatórias de conectividade, apesar da quase universalização do acesso à internet no país. Outros 33% da população se encontram no nível mais baixo do índice que mensura a conectividade significativa (de 0 a 2 pontos), enquanto 24% estão na faixa de 3 a 4 pontos.

Esses índices são ainda menores entre indivíduos pretos e pardos, nas classes D e E, nas regiões Norte e Nordeste e em cidades menores.

Esses dados foram revelados no estudo inédito “Conectividade Significativa: propostas para medição e o retrato da população no Brasil”, lançado nesta terça-feira (16) pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), braço executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). O estudo avaliou a qualidade e a efetividade do acesso da população às tecnologias digitais considerando variáveis como o custo da conexão, o uso diversificado de dispositivos, o tipo e a velocidade da conexão, bem como a frequência de uso da internet.

Condições de conectividade

Com base nessas variáveis, foram definidos diferentes níveis de conectividade significativa, resultando em uma escala de 0 a 9, em que zero indica a ausência de todas as características analisadas e nove denota a presença de todas elas.

Apesar de 84% da população brasileira já ser usuária da internet, as condições desse acesso são notavelmente desiguais, conforme observa Graziela Castello, coordenadora de estudos setoriais no Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br/NIC.br), e responsável pelo levantamento.

Graziela explica: “Um jovem, por exemplo, que tem acesso apenas pelo celular, com um pacote de dados que se esgota antes do final do mês e sem conexão em casa, já enfrenta barreiras muito maiores para aproveitar as oportunidades da internet para sua formação e desenvolvimento profissional, quando comparado a outro jovem que pode se conectar quando e onde quiser e tem acesso a diferentes tipos de dispositivos.”

Análise

Quanto à disparidade, a análise dos dados com base na autodeclaração de cor ou raça, estrato social e região revela diferenças significativas. Por exemplo, entre os brancos, 32% estão na faixa mais alta de conectividade significativa (com score entre 7 e 9), enquanto entre pretos e pardos, essa porcentagem cai para 18%. As regiões Norte e Nordeste apresentam as piores condições de conectividade significativa, enquanto as regiões Sul e Sudeste têm os melhores índices.

Outros recortes, como gênero e faixa etária, também mostram disparidades. Os entrevistados do sexo masculino apresentaram melhores índices de conectividade significativa do que as mulheres, enquanto os idosos são os mais vulneráveis à exclusão digital.

Embora haja uma redução na disparidade entre os grupos que ocupam os extremos da escala de conectividade significativa ao longo dos anos, ainda há muito a ser feito para garantir um acesso equitativo e de qualidade à internet para todos os cidadãos e cidadãs do Brasil.

(Com Agência Brasil).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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