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Economia

Startups da construção civil almejam status de “unicórnio”

As startups da construção civil vem construindo um cenário de inovação e tecnologia. O “boom” digital que veio na sequência da pandemia beneficiou, diretamente, o mercado de trabalho voltado a construção civil.

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A pandemia da Covid-19 trouxe consigo diversas problemáticas no cenário nacional, como altas taxas inflacionárias, índice de desemprego baixo, entre outros. Todavia, para o mercado relacionado à construção civil, esse impacto foi mais curto do que em outros setores, visto que essa modalidade foi compreendida como serviço essencial para a população, não parando completamente sua produção. De fato, é evidente que esse fato assustou os investidores desse ramo. Porém, o “boom” digital, que veio na sequência desse episódio, beneficiou diretamente a construção civil, uma vez que a Selic chegou a 2% ao ano, impulsionando as startups desse ramo do mercado.

Não obstante, é importante salientar que, de acordo com a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), ao contrário dos setores financeiro, educacional ou de saúde, a construção civil ocupa pouco espaço no rol das startups brasileiras, representando 3% do total. Em vista disso, no ramo, a existência de um “unicórnio” — empresas avaliadas em torno de US$1 bilhão — confirma que as oportunidades nesse mercado de trabalho são grandes, levando em consideração a importância desse ramo na economia nacional.

Dessa forma, gradativamente, as startups da construção civil vem construindo um cenário de inovação e tecnologia. Um caso desses é a empresa Ambar, que trabalha com duas vertentes: a primeira voltada à produção modular para compor sistemas hidráulicos e elétricos e a segunda desenvolvendo um software para gerenciamento de funcionários e documentação de uma obra. O presidente executivo da Ambar, Bruno Balbinot disse que a empresa quer tornar-se o “Google Drive” do ramo de construções civis. Outra instituição que vem inovando é a Construcode. A empresa trabalha com revisão de documentos através de códigos QR, utilizando, também, inteligência artificial (IA) para recomendações preditivas nas obras, evitando erros. O presidente executivo da Construcode disse que utilizaram o “contexto de digitalização e de eliminação do contato físico para incentivar a não utilização do papel nos canteiros“.

Não obstante, apesar dessa guinada, algumas dificuldades ainda estão no caminho das startups do ramo de construção civil. Devido aos impactos da pandemia, a alta inflacionária traz consigo a alta dos juros básicos em todo o mundo, incluindo o Brasil. Nessa perspectiva, de acordo com o segundo o Boletim Focus, do Banco Central, a taxa da Selic ultrapassa os 10% e pode ter pico de 12,5%. Essas taxas exacerbadas afetam diretamente a matéria-prima utilizada nas construções, exigindo reformulação de orçamentos e atraso nas entregas das obras. O presidente executivo da Trutec, Alexandre Quinze, diz que “o ano de 2022 é bem desafiador, mas temos a chance de ajudar as construtoras a rever eficiência e produtividade“.

Por fim, é necessário ressaltar que os “unicórnios” demoram para serem construídos. Para o professor da Fundação Dom Cabral, Hugo Tadeu, “as curvas de investimento em inovação nesse setor são demoradas, porque exigem novos investimentos em materiais e novos processos construtivos“. Todavia, existe um cenário azul de mercado no Brasil, referente à construção civil, propiciando oportunidades de crescimento, visto que a incorporação de tecnologias nesse processo podem trazer redução de custos e velocidade em torno de uns dois anos. Portanto, acredita-se que esse período é necessário para surgir o unicórnio brasileiro das construções civis.

Geógrafo e pseudo escritor (ou contrário), tenho 23 anos, gaúcho, amante da sétima arte e tudo que envolva a comunicação

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