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Economia

Statkraft mira energia solar no Brasil após anunciar projeto eólico

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O grupo norueguês de energia Statkraft pretende seguir expandindo seus negócios no Brasil e o próximo passo nesse sentido deverá envolver algum investimento em geração solar, disse à Reuters nesta segunda-feira o principal executivo da empresa no país.

A sinalização de apetite por ativos solares ocorre em paralelo ao anúncio pela companhia de um aporte de 2,5 bilhões de reais para a construção de um complexo eólico na Bahia cujas obras devem iniciar em janeiro de 2021.

“No ano que vem, 2021, logicamente teremos como prioridade a construção, e por conta da Covid-19 a segurança das pessoas. Mas queremos também que seja um ano importante do ponto de vista solar”, disse o CEO da Statkraft Brasil, Fernando De Lapuerta.

“A gente quer começar a avançar também na tecnologia solar no Brasil e temos projetos para isso”, acrescentou, ao mencionar que a companhia tem em carteira um projeto fotovoltaico na Bahia com potencial para 500 megawatts em capacidade.

Além disso, a Statkraft possui empreendimentos eólicos no portfólio, incluindo uma possível expansão do parque recém-anunciado na Bahia, que poderia dobrar a capacidade de 519 megawatts para 1,1 gigawatt no futuro.

“Hoje a companhia tem um foco principal em desenvolvimento, construção e operação de eólicas e solares no Brasil. Seguimos participando de M&A (fusões e aquisições), mas com o foco mais forte, o motor de crescimento, no ‘greenfield'”, apontou Lapuerta, em referência a projetos construídos a partir do zero.

Parar tirar seus empreendimentos do papel, a Statkraft estará de olho em todas oportunidades –desde leilões do governo para novos projetos de energia até a negociação da produção futura em contratos no mercado livre de eletricidade, onde grandes consumidores como indústrias adquirem seu suprimento diretamente com geradores e comercializadoras.

Leilões privados realizados por empresas para compra de energia renovável em contratos de longo prazo também estão no radar.

“Vamos trabalhar as possibilidades comerciais. Pode ser via leilão, pode ser contratos bilaterais”, disse Lapuerta. “A gente tenta participar de todas vias que existem no mercado para comercializar energia.”

A companhia também avalia o modelo de autoprodução, que envolve a construção de usinas para atender especificamente determinados clientes, que nesses casos se tornam sócios dos projetos para obter descontos em encargos assegurados pela legislação a quem produz a própria energia.

“É uma coisa que está muito ativa no mercado”, apontou o executivo.

Lapuerta destacou que o fato de a Statkraft Brasil possuir uma unidade de comercialização de eletricidade facilita a estruturação de contratos para viabilizar as usinas, enquanto o interesse do grupo norueguês pelo Brasil ajudará a garantir investimentos.

“Temos suporte da matriz, que tem objetivos de crescimento no Brasil, é um dos países principais para crescimento da companhia no exterior.”

EÓLICA

No caso do parque eólico na Bahia anunciado pela Statkraft nesta segunda-feira, os investimentos previstos são de 2,5 bilhões de reais.

A empresa buscará um financiamento de longo prazo para bancar os aportes enquanto avalia captações complementares, como emissão de debêntures, por exemplo, disse Lapuerta.

Ele explicou que cerca de 30% da produção futura dos parques na Bahia foi vendida para distribuidoras de energia em um leilão promovido pelo governo brasileiro em outubro passado.

O restante da energia tem sido negociado no mercado livre.

“Assinamos vários contratos com consumidores que são complementares. Temos uma parte bem confortável (da energia já vendida), o que nos deixa bem confortáveis para começar a construção”, afirmou o CEO.

A Statkraft opera usinas de energia renovável no Brasil que incluem hidrelétricas e eólicas, em um total de 450 megawatts em capacidade. Com a conclusão do complexo na Bahia, os ativos mais que dobrarão, para 967 megawatts.

No final do ano passado Lapuerta disse à Reuters que a Statkraft buscaria até quadruplicar sua capacidade no Brasil nos próximos cinco anos.

 

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