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Economia

Taxa de Juros: Mercado financeiro projeta manutenção na Super-Quarta

Levantamento do Focus.

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Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam que a taxa básica de juros, a Selic, seja mantida em 10,5% ao ano nesta semana. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne hoje e amanhã (19) para definir os juros básicos da economia. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (17), uma pesquisa semanal divulgada pelo BC com expectativas para os principais indicadores econômicos.

Na última reunião, no início de maio, o Copom reduziu a taxa pela sétima vez consecutiva, para 10,5% ao ano, mas o ritmo do corte diminuiu. De agosto do ano passado até março deste ano, o Copom havia reduzido os juros em 0,5 ponto percentual a cada reunião. Desta vez, a redução foi de 0,25 ponto percentual.

Além disso, os membros do colegiado expressaram preocupação com as expectativas de inflação acima da meta e, “em meio a um cenário macroeconômico mais desafiador do que o previsto anteriormente”, não previram novos cortes na taxa Selic. Conforme a ata da última reunião, a extensão e a adequação de ajustes futuros na taxa serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta.

Taxa de Juros

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom aumentou a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo de aperto monetário iniciado pela alta nos preços de alimentos, energia e combustíveis. De agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas. Com o controle dos preços, o BC passou a reduzir a Selic.

O mercado financeiro prevê que a Selic encerre 2024 em 10,5% ao ano. Para o final de 2025, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9,5% ao ano. Para 2026 e 2027, a previsão é que ela seja reduzida novamente, para 9% ao ano.

Inflação

A Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação.

Quando o Copom aumenta a taxa de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que impacta os preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Contudo, além da Selic, os bancos consideram outros fatores ao definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão econômica.

Quando o Copom reduz a Selic, o crédito tende a ficar mais barato, incentivando a produção e o consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, o nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Devido à contração econômica gerada pela pandemia de COVID-19, o Banco Central reduziu a taxa para estimular a produção e o consumo, mantendo-a no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

IPCA

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – aumentou de 3,9% para 3,96% este ano. Para 2025, a projeção de inflação também subiu de 3,78% para 3,8%. Para 2026 e 2027, as previsões são de 3,6% e 3,5%, respectivamente.

A estimativa para 2024 está dentro do intervalo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3% para este ano, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%. Para 2025 e 2026, as metas de inflação estão fixadas em 3%, com a mesma tolerância.

Em maio, pressionada pelos preços de alimentos e bebidas, a inflação do país foi de 0,46%, após registrar 0,38% em abril. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 12 meses, o IPCA acumula 3,93%.

PIB e Câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano variou negativamente, de 2,09% para 2,08%. Para 2025, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 2%. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro estima expansão do PIB também em 2% para ambos os anos.

Superando as projeções, em 2023 a economia brasileira cresceu 2,9%, com um valor total de R$ 10,9 trilhões, de acordo com o IBGE. Em 2022, a taxa de crescimento foi de 3%.

A previsão de cotação do dólar está em R$ 5,13 para o fim deste ano. No fim de 2025, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,10.

(Com Agência Brasil).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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