Taxa de juros pagos por famílias chega a 59,7% ao ano em abril

Maior patamar desde agosto de 2017 – quando atingiu 62,31% ao ano – a taxa média de juros pagos pelas famílias chegou a 59,7% ao ano, em abril último, o que corresponde a uma alta de 1,1 ponto percentual (p.p.), em comparação com o mês anterior, de 58,6% ao ano. No mesmo comparativo mensal, os juros pagos por empresas recuaram 0,2 p.p., passando a 23,9% ao ano. Tais dados integram levantamento divulgado, nesta terça-feira (30) pelo Banco Central (BC), que considera o chamado ‘crédito livre’, referente a linhas de crédito sem subsídios.

O avanço percentual do custo do dinheiro é reflexo da política de aperto monetário, empreendida pelo Banco Central (BC), que mantém, desde agosto do ano passado, a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. Igualmente contribui para manter elevados os percentuais dos juros o aumento da inadimplência e, por consequência, do risco para bancos e instituições financeiras em operações de crédito.

Se consideradas as concessões nominais de crédito (que somaram R$ 434,6 bilhões em abril) houve recuo de 1,2% no comparativo mensal, em séries com ajuste sazonal, correspondendo a uma redução de 0,4%, tanto em operações com empresas, quanto com famílias. Já no comparativo anual, houve expansão de 12,6% para contratações com pessoas jurídicas e de 15,6% para pessoas físicas.

No que toca às linhas emergenciais, a taxa média de juros do cartão de crédito rotativo passou de 433,3% ao ano, no mês de março, para 447,5% ao ano em abril último – maior nível registrado desde março de 2017, quando chegou a 490% ao ano.

O aumento da taxa reflete a necessidade crescente de recorrer ao rotativo por pessoas que não conseguem pagar integralmente a fatura do cartão de crédito, na data do vencimento.

É o caso de famílias em situação de inadimplência, que buscam esse tipo de crédito, cuja liberação é feita de forma automática, sem demandar comprovação de garantias, o que facilita seu acesso.