Tensões externas e indefinições internas derrubam Ibovespa: -0,90%

Como reflexo do agravamento de tensões globais (militares, econômicas e sanitárias) e persistência do estresse político pelas incertezas da pauta econômica por aqui (reforma do IR adiada e PEC dos Precatórios), o Ibovespa acompanha o viés externo predominante, ao operar, às 11h12, em baixa de 0,90%, a 116.844,79 pontos.

Ata do Fed – Em pauta, o destaque do dia fica para a divulgação – às 15h, no horário de Brasília – da ata da última reunião de Política Monetária do Fed (banco central estadunidense), em que a autoridade monetária deve fornecer informações adicionais sobre os planos para a retirada de estímulos monetários naquele país. A ideia é reduzir as compras de ativos, com o objetivo de ‘injetar’ mais dinheiro no sistema financeiro local. Enquanto isso, em que pese o recrudescimento da inflação, as autoridades ianques acreditam numa normalização breve do nível de preços.

Piloto automático – Também acossada pela inflação, a economia brasileira tem contado como único remédio a majoração sistemática da Selic (taxa básica de juros) pelo Banco Central (BC) – que deve chegar a 7% ao ano no final de 2021 – tendo como plano de fundo a lógica eleitoreira no trato da questão fiscal. Também de cunho eleitoral aqui, a meta presidencial de transformar o agora Auxílio Brasil (sucessor do Bolsa Família) no principal cabo eleitoral de 2022.

Imposto incerto – Sem previsão de nova data, foi adiada novamente ontem (17) a votação da reforma do Imposto de Renda pela Câmara dos Deputados, após a rejeição, por 390 a 99 votos, da proposta apresentada, que previa taxar em 20% os dividendos. Também pesou no resultado a avaliação predominante de que a proposta, com tantas modificações, imporia alto custo social. Na avaliação de analistas, persiste o risco de que, na hipótese de a bolsa brasileira ficar abaixo dos 117 mil pontos, a próxima parada é uma queda rápida para os 110 mil pontos.