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Terra Santa planta soja no seco no aguardo das chuvas para garantir algodão

Companhia irá semear em uma área de 12 mil a 14 mil hectares, de um total de cerca de 81 mil hectares.

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A Terra Santa Agro começou na segunda-feira o plantio de soja em solo seco, um risco calculado que deve-se à expectativa de chuvas para a próxima semana, disse o CEO de uma das maiores produtoras agrícolas do país, José Humberto Prata Teodoro Júnior.

A companhia irá semear em uma área de 12 mil a 14 mil hectares, de um total de cerca de 81 mil hectares previstos para plantio da safra 2020/21.

Segundo o executivo, também há necessidade de realizar logo os trabalhos em muitas lavouras para posterior plantio de algodão dentro das melhores condições.

Uma janela climática de plantio adequada inclui a semeadura do algodão na segunda safra em Mato Grosso até o final de janeiro, o que não ocorreria se a soja continuasse sendo postergada. A Terra Santa Agro projeta plantar algodão em pouco mais de 43 mil hectares e milho em 23 mil hectares em 2020/21.

“Largou hoje o plantio sem chuva nenhuma”, disse Teodoro Júnior, acrescentando que, quando há a previsão de chuvas, é possível plantar “no pó” em áreas de plantio direto, cuja palhada ajuda a reduzir riscos de temperaturas elevadas para as sementes.

O plantio em condições com certo risco é comum para a empresa e ocorre todos os mas, mas essa temporada vem registrando uma seca maior do que no ano passado, com as chuvas mais atrasadas.

O executivo afirmou que que todos os cálculos e acompanhamentos meteorológicos foram feitos para que a companhia tomasse a decisão em 2020. “Ano passado, soltamos o plantio em 25 de setembro, este ano estamos soltando em 5 de outubro, com dez dias de atraso. No ano passado, plantamos 7 mil hectares nessas condições mais arriscadas, foi um risco bem medido, pois tivemos pouco replantio”, afirmou.

Em 2019, só houve replantio em 72 hectares, exemplificou.

Nessas condições, espera-se que a colheita de soja em Mato Grosso levará mais tempo a chegar ao mercado em 2020/21, alcançando os compradores somente em fevereiro, e não em janeiro, mesmo porque nem todos os produtores possuem as condições e capital de um grupo como a Terra Santa Agro.

“Em 2017/18, um ano mais parecido com este, ano de La Niña, arriscamos 11 mil hectares, e teve 40% de replantio, um replantio muito alto, mas começamos a plantar em 23 de setembro, e aí a chuva só se confirmou mais para frente. Naquela época começamos a arriscar (no) seco demais, desde então fomos aprendendo”, acrescentou.

A Terra Santa Agro diz que um número de replantio aceitável seria de 2% a 3% em 2020/21, tendo em vista expectativas de chegada de chuvas na próxima semana.

“Até 3% da nossa área total de replantio entendemos que é aceitável… Mas pode ser muito próximo de zero, temos capacidade de plantio muito forte, então vamos ter cinco dias de plantio, e se chover conforme a projeção, não vamos perder nada”.

Semana passada, a companhia semeou em cerca de mil hectares para ajustar suas máquinas.

Mudança de planos

Até o planejamento da Terra Santa teve que ser alterado por causa do atraso das chuvas. A empresa está fechando novos contratos para ampliar o número de prestadores de serviço, explicou Teodoro Júnior.

“Quando chover vai emergir muita soja ao mesmo tempo e aí vamos precisar de muita máquina de colheita de soja, porque ela vai chegar toda ao mesmo tempo, estamos fazendo todo um replanejamento… e vai exigir um maior número máquinas”, afirmou ele.

“O outro impacto disso é que a janela de plantio de algodão não vai ter um mês, ela vai ser uma janela muito mais curta, talvez tenhamos que plantar em 15 dias, e aí também já estamos revendo a necessidade de plantadeiras para que a janela de plantio seja respeitada”, acrescentou.

De acordo com ele, os custos devem aumentar um pouco, já que essa “vai ser uma safra que vai demandar mais gestão, replanejamentos serão uma constante…”

A safra 2020/21 vai demandar mais caminhões para escoamento, mais utilização de armazéns dos clientes e, é claro, mais colheitadeiras e plantadoras.

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