Agronegócio
Tesouro mexicano no Brasil: agave pode substituir cana-de-açúcar na produção de etanol
O agave, planta resistente à seca, pode transformar o cenário do sertão nordestino, oferecendo uma alternativa sustentável para produção de etanol.
O agave, planta de origem mexicana, é conhecida mundialmente pela produção de tequila e mezcal. Recentemente, pesquisadores da Unicamp, liderados por Gonçalo Pereira, têm explorado seu potencial como fonte de etanol. A planta é apontada como uma opção viável para o semiárido nordestino.
Caracterizado por sua baixa necessidade de água, o agave se destaca em regiões áridas. Ele requer 75% menos água que a cana-de-açúcar, tornando-se uma alternativa promissora em tempos de mudanças climáticas. A busca por combustíveis renováveis alimenta a pesquisa.
Com apoio da Shell Brasil e do SENAI CIMATEC, o programa BRAVE visa impulsionar a produção de etanol de agave no Brasil. A expectativa é que a planta não apenas compita com a cana-de-açúcar, mas também ofereça vantagens econômicas e ambientais.
Quais as vantagens do agave em relação à cana-de-açúcar?
Foto: Jesus Cervantes/Shutterstock
O agave se adapta bem a regiões com pouca água, como o semiárido nordestino. Requer apenas cerca de 300 milímetros de água por ano, enquanto a cana-de-açúcar precisa de muito mais, o que representa uma economia significativa.
Além disso, estudos indicam que o agave pode gerar entre 136 e 144 toneladas de biomassa por hectare, superando culturas como cana e milho. Essa alta produtividade é um diferencial importante na produção de etanol.
O agave também acumula inulina, uma forma de frutose, em vez de sacarose, presente na cana. Essa característica é vantajosa para a produção de etanol, pois facilita a conversão de açúcar em combustível.
Principais desafios em plantar agave
Uma das barreiras para o cultivo do agave é seu crescimento lento nos primeiros anos. Para contornar isso, pesquisadores estão utilizando indutores de crescimento e biocarvão para acelerar o desenvolvimento das plantas.
Atualmente, a colheita do agave é manual, mas o projeto BRAVE está desenvolvendo máquinas para esse processo. Além disso, uma usina piloto está sendo construída para transformar o agave em etanol, destacando o pioneirismo brasileiro.
A conversão da insulina do agave em etanol exige leveduras específicas. Pesquisadores da Unicamp já criaram uma levedura geneticamente modificada para otimizar esse processo, tornando a produção mais eficiente.
Com desafios ainda a serem superados, o cultivo do agave no semiárido nordestino promete ser uma revolução sustentável. Com esforços contínuos em pesquisa e desenvolvimento, a planta pode se tornar a base de uma nova era de biocombustíveis no Brasil.

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