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Uber e Lyft buscam derrubar lei na Califórnia que transforma motoristas em empregados

Empresas teriam que arcar com mais de 392 milhões de dólares em impostos sobre a folha de pagamento anual e outros custos trabalhistas.

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Motorista de aplicativo tem direito a salário mínimo no Reino Unido

Uber e Lyft estão aplicando quase 100 milhões em um projeto para derrubar uma lei na Califórnia que obriga as empresas a registrar motoristas como empregados.

Segundo a Reuters, o valor gasto por elas deve ser menor do que os custos de cumprir a lei.

Cada empresa teria que arcar com mais de 392 milhões de dólares em impostos sobre a folha de pagamento anual e outros custos trabalhistas, mesmo se reduzissem profundamente o número de profissionais em suas plataformas.

Considerando um estudo sobre a remuneração do motorista da Cornell University, cada motorista em tempo integral teria custo médio de 7,7 mil dólares a mais. O valor engloba cerca de 4,56 mil em impostos federais e de folha de pagamento e cerca de 3,14 mil em seguro de remuneração anual.

Uber e Lyft dizem que precisariam subir bastante os preços para compensar ao menos parte dos custos extras, o que acarretaria na redação da demanda dos clientes.

As empresas também cogitaram deixar a Califórnia, que seria o quinto maior mercado do mundo se o Estado fosse um país. Outros estados norte-americanos já sinalizaram que planejam aprovar leis semelhantes à da Califórnia.

Um voto “sim” na proposta na Califórnia daria para Uber e Lyft o que elas buscam, que é derrubar a lei conhecida como AB5, que entrou em vigor em janeiro. As companhia têm insistido que a lei não se aplica a elas, transformando o assunto em uma guerra judicial.

Uber, Lyft, DoorDash e várias outras empresas que montaram negócios com trabalhadores não elegíveis para planos de saúde, seguro-desemprego ou outros benefícios estão na mira de legislações como esta.

Os empregados do setor receberiam alguns benefícios como salário mínimo, subsídio de saúde e seguro contra acidentes, segundo propaganda das empresas, mas continuaram independentes, sem direito a benefícios mais substanciais.

A Califórnia responde por 9% das viagens globais da Uber e das reservas brutas de entrega de comida, mas gera uma fatia muito pequena de lucros ajustados antes de juros, impostos, depreciação e amortização, afirmou a Uber no ano passado.

Já a Lyft, que atua apenas nos EUA e não tem um braço de entrega de comida, afirmou em agosto que a Califórnia representa aproximadamente 16% de seu total de viagens.

Ambas disseram que a maioria de seus motoristas não quer ser empregada e trabalha menos de 25 horas por semana, já que muitos motoristas usam o serviço para complementar renda.

Os custos administrativos fixos por funcionário tornariam mais caro permitir emprego de meio período, disse a Uber, acrescentando que seria obrigada a diminuir sua base de motoristas na Califórnia em 76%, para 51 mil motoristas de tempo integral.

A companhia disse ainda que poderia cortar os salários em dinheiro para compensar os custos extras de benefícios, diminuindo dessa forma sua carga tributária potencial.

A Lyft teria que “reduzir substancialmente” sua base de motoristas para um número menor, disseram seus executivos sem apresentar um número.

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