Vale e Wabtec anunciam parceria para descarbonizar Estrada de Ferro de Carajás

A Vale (VALE3) e a Wabtec anunciaram uma parceria para descarbonizar a Estrada de Ferro de Carajás.

A primeira é uma mineradora brasileira com operação internacional, e a segunda é uma companhia norte-americana fornecedora de peças e equipamentos.

Elas vão desenvolver a primeira composição ferroviária híbrida do país, incluindo locomotivas elétricas a bateria e a diesel.

Na prática, a Wabtec fornecerá à Vale três locomotivas a bateria, que serão fabricadas em sua unidade em Contagem, em Minas Gerais, até 2026. Além disso, haverá o desenvolvimento de estudos para um motor a amônia como combustível alternativo ao diesel para outras locomotivas.

Diretora de Energia da Vale, Ludmila Nascimento disse que esse acordo mostra um caminho não só para a meta de descarbonização para 2030, que é bem desafiadora, de redução de 33% (das emissões diretas e indiretas), mas também dá uma visão muito boa para a meta de carbono neutro para 2050.

A executiva conversou com a Reuters e destacou também que, atualmente, a malha ferroviária da Vale representa 10% das emissões de carbono da empresa.

Vale e Wabtec

De acordo com a agência, a EFC é onde circula o maior trem de transporte de minério de ferro do mundo, com 330 vagões.

Hoje, a composição com 330 vagões transporta 45 mil toneladas da commodity e é puxada por três ou quatro locomotivas movidas a diesel. A capacidade da ferrovia total é de 240 milhões de toneladas por ano.

Com o acordo, a ideia é acoplar as três locomotivas elétricas ao atual trem para puxar a composição ao longo da estrada de ferro e, principalmente, em um trecho de aclive de cerca de 140 quilômetros, em Açailândia (MA), onde o consumo de combustível é mais elevado.

Economia

Por fim, elencou que com a nova tecnologia a estimativa é de uma economia de 25 milhões de litros de diesel por ano, considerando o consumo de todas as composições da ferrovia que utilizam o “helper”, disse Nascimento.