Verde Asset: alta de juros é inócua, sem responsabilidade fiscal

“Não vai adiantar subir os juros com irresponsabilidade fiscal”, dispara o sócio-fundador e presidente da Verde Asset Management, Luis Stuhlberger, para quem a trajetória inflacionária no país “deu um baile’ em todo mundo, no Banco Central (BC), nos economistas e em todo o mercado”.

Previsão sombria – Diante desse cenário fiscal caótico e imprevisível, o experiente gestor vai além e faz uma previsão sombria: o BC, não só deverá acelerar a alta dos juros, mas também mantê-los elevados por, pelo menos, um ano.

Inflação acentuada – O descontrole sobre a disparada dos preços fica patente, comenta Stuhlberger, quando se observa que “a autoridade monetária não esperava uma inflação tão acentuada dos alimentos e commodities e, mais recentemente, pelo setor de serviços e de forma acelerada”.

Governo fura-teto – Ante o desafio, Stuhlberger conclui que “o BC não consegue controlar tudo sozinho”, ao mesmo tempo em que “não há garantias de que o governo não vai querer mesmo furar o teto (de gastos) em nível mais expressivo no próximo ano”.

Preços atropelam – Enquanto o Executivo foca na reeleição, os índices de preços continuamente estão superando as previsões, assim como a expectativa de que a inflação de serviços fosse ceder mais rapidamente do que está ocorrendo. De igual modo, prossegue o gestor, até há pouco tempo, havia a crença, tanto nos Estados Unidos, quanto na Europa, a inflação teria caráter transitório.

Terceira via, tem? – Para o pleito presidencial do próximo ano, Stuhlberger aposta num segundo turno entre o atual mandatário e o anterior, ambos populistas, na sua avaliação. No entanto, ele também acredita na possibilidade uma ‘terceira via’, opção preferencial para uma faixa entre 30% a 40% dos eleitores.