Economia
Vibra (BRDT3) aposta em novos negócios para crescer 30% até 2030
Com transição energética, companhia se tornará provedora de “qualquer tipo de energia”
Com a expectativa de forte expansão de novos negócios – não apenas no segmento de distribuição de combustíveis – a Vibra (ex-BR distribuidora) projeta crescimento de 30% das receitas até 2030. Durante evento para investidores, o presidente da empresa, Wilson Ferreira Jr., explicou que a meta ambiciosa será atingida com o desenvolvimento de novas atividades, já previstas no planejamento estratégico dos próximos anos.
Entre as cinco – Diante do que chamou de ‘cenário de transição energética’, o executivo revelou a Vibra (BRDT3) consolidará, como novo perfil, o papel de provedora de soluções, que fornece “qualquer tipo de energia aos nossos clientes”. As pretensões da companhia repaginada, porém, vão muito além: a de tornar-se uma das cinco maiores comercializadoras de energia elétrica do país, em quatro anos.
Primeira aquisição – O primeiro passo firme nessa direção foi dado com a aquisição da comercializadora Targus, o que deve ampliar, em até quatro vezes, o volume de operações da empresa, que também pretende atuar junto a grandes consumidores na autoprodução de energia, ao mesmo tempo que ampliará a geração de energia distribuída em seus postos de combustíveis – 8 mil no país. Em 2020, a companhia obteve receita líquida de R$ 81,5 bilhões – 14,2% inferior ao ano anterior.
Geração triplicada – Até 2030, a previsão da Vibra é praticamente triplicar a geração de caixa, com a expectativa que, entre 70% e 80% desse crescimento venha de novos negócios. Desde julho deste ano, a empresa deu início ao processo de reposicionamento, após arrematar da Petrobras, por R$ 11,3 bilhões, a participação acionária da petroleira (37,5%) na distribuidora.
Ebitda cresce – Na mesma perspectiva, a expectativa é de que, nesse período, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da empresa aumente 50%. Como resultante, os novos negócios passarão a representar cerca de 30% dos investimentos, daqui a nove anos.
Gás natural – Para assegurar tal performance, o diretor financeiro da Vibra, André Natal, explica que a empresa pretende continuar a realizar fusões e aquisições, assim como parcerias que dão acesso a novos mercados, como o de gás natural. Sem descuidar da atividade principal, a comercialização de combustíveis, como foco de crescimento, a companhia tenciona chegar em 2025 com uma participação de 24,9% do mercado de combustíveis, pouco acima dos 23,1% projetados para este ano.
Alocações orgânicas – Com base numa forte geração de caixa, Natal prevê “que haverá espaço, não só para alocações orgânicas, mas também para aquisições e parcerias, ou ainda para realizar ‘buybacks’ (recompras de ações). Neste último caso, o executivo admite que fatores, como a reforma tributária, poderão impactar na tomada de decisão de recompras de ações. O diretor estima, ainda, que até o final deste ano, a empresa atingirá uma rentabilidade em relação ao preço das ações (dividend yield”) próxima de 15%.
Emissões zeradas – No capítulo da sustentabilidade, a Vibra deverá incluir, entre os investimentos do novo plano de negócios, a meta de zerar as emissões de carbono das operações até 2025, mediante investimentos anuais de R$ 5 milhões a R$ 20 milhões/ano, para que deixe de emitir 146 mil toneladas de carbono/ano. Ao assumir o compromisso de zerar as emissões de seus produtos até 2050, a Vibra hoje emite cerca de 75 milhões de toneladas de carbono/ano – equivalente a 98% do impacto da companhia.
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