Você já conhece os fertilizantes verdes? Saiba o que são e os principais tipos

Fertilizantes verdes são uma prática agrícola sustentável que vem ganhando destaque nos últimos anos, devido aos seus benefícios para o solo e o meio ambiente.

Essa técnica consiste no plantio de determinadas espécies vegetais com o objetivo de melhorar a fertilidade e a qualidade do solo.

Em vez de depender exclusivamente de fertilizantes químicos, os agricultores podem utilizar plantas que, após serem cultivadas, são incorporadas ao solo para enriquecer a terra com nutrientes essenciais e aumentar a matéria orgânica.

O método promove um ciclo natural de nutrição, evitando o uso excessivo de produtos sintéticos.

Além de enriquecer o solo, os fertilizantes verdes ajudam a prevenir a erosão, melhorar a retenção de água e controlar o crescimento de ervas daninhas. Por isso, essa técnica é amplamente adotada tanto em pequenas hortas quanto em grandes plantações.

Os fertilizantes verdes são conhecidos como ‘fertilizantes vivos’ – Imagem: Foxxy63/Shutterstock

O que são fertilizantes verdes?

São plantas cultivadas como forma de adubação, que não são colhidas para consumo, mas sim para serem cortadas e misturadas ao solo, liberando nutrientes essenciais como nitrogênio, fósforo e potássio.

Essa técnica é uma alternativa ecológica ao uso de fertilizantes químicos, promovendo um solo mais saudável e equilibrado.

As plantas utilizadas como fertilizantes verdes também contribuem para a biodiversidade do solo, atraindo organismos benéficos, como minhocas e microrganismos, que melhoram a aeração e a estrutura do solo.

Além disso, essas espécies ajudam a proteger o solo contra a erosão e o esgotamento de nutrientes.

saiba como esse tipo de fertilizante funciona

As plantas selecionadas para essa função possuem raízes profundas, capazes de extrair nutrientes de camadas mais profundas do solo.

Quando tais plantas são cortadas e incorporadas à terra, sua decomposição libera os nutrientes, enriquecendo o solo.

O nitrogênio, em especial, é um dos elementos mais importantes fornecidos por elas, especialmente quando se utilizam leguminosas, como feijão-de-porco e ervilhaca.

Além da adubação, os fertilizantes verdes ajudam a melhorar a estrutura do solo, tornando-o mais solto e menos compactado.

Isso facilita o crescimento das raízes das plantas cultivadas posteriormente e permite uma melhor infiltração de água.

O resultado é um solo mais fértil, com melhor retenção de umidade e maior capacidade de suportar o desenvolvimento saudável das culturas.

Principais tipos de fertilizantes verdes

Há uma grande diversidade de espécies que podem ser usadas como fertilizantes verdes, cada uma com propriedades específicas para atender às diferentes necessidades do solo:

• Leguminosas: essas plantas são amplamente utilizadas como fertilizantes verdes, devido à sua capacidade de fixar nitrogênio no solo, em colaboração com bactérias presentes nas raízes. Exemplos comuns incluem a crotalária (Crotalaria juncea), a mucuna (Mucuna pruriens), o feijão-bravo-do-Ceará (Canavalia brasiliensis), o feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) e o guandu (Cajanus cajan);

• Gramíneas: embora leguminosas sejam mais conhecidas, as gramíneas também desempenham um papel importante. Elas ajudam a melhorar a estrutura do solo e a controlar a erosão, além de fornecer matéria orgânica rica quando incorporadas ao solo;

• Plantas de cobertura: algumas leguminosas, como o feijão-de-porco e o guandu, também atuam como plantas de cobertura, protegendo o solo, prevenindo o crescimento de ervas daninhas e contribuindo para a circulação de ar nas camadas mais profundas.

Como utilizá-los: confira os usos indicados

O uso de fertilizantes verdes envolve o plantio das espécies escolhidas durante a entressafra ou em áreas específicas do cultivo. O processo é simples:

• Escolha da planta: selecione uma espécie que atenda às necessidades do seu solo. Se o solo precisa de nitrogênio, opte por leguminosas; para melhorar a estrutura, escolha gramíneas;

• Plantio: cultive as plantas de adubação verde antes da safra principal ou em áreas de descanso. O ideal é plantar logo após a colheita da safra anterior, permitindo que as plantas cresçam e cubram o solo;

• Corte e incorporação: quando as plantas atingirem a maturidade, corte-as antes que floresçam e semeiem. Em seguida, incorpore a biomassa ao solo, cavando levemente ou arando a terra para facilitar a decomposição;

• Tempo de espera: após a incorporação, espere cerca de 3 a 6 semanas para que o material vegetal se decomponha e libere os nutrientes.