Você tem gato? descubra o que isso significa para o risco de toxoplasmose

Ser tutor de gatos não é, por si só, um indicativo direto de estar mais suscetível à toxoplasmose, afirmam os cientistas.

Apesar de os gatos serem hospedeiros do Toxoplasma gondii, o parasita causador da doença, a transmissão para humanos pode ocorrer de diversas maneiras, sendo os hábitos de higiene humanos mais determinantes do que a presença do felino na vida do tutor.

Fonte: Nils Jacobi/Shutterstock

A culpa nos hábitos humanos, não nos gatos

A crença comum de que os gatos são os principais transmissores da toxoplasmose não é totalmente precisa.

Embora os felinos possam transmitir o parasita por meio das fezes, a principal via de infecção em humanos está relacionada à ingestão de alimentos contaminados, como carne crua ou mal cozida, além da ingestão de frutas, verduras e legumes insuficientemente lavados.

A exposição ao parasita também pode ocorrer durante atividades como jardinagem, em que o contato com a terra pode representar um risco.

Mito: mordidas de gatos e a transmissão da toxoplasmose

A ideia de que mordidas de gatos podem transmitir toxoplasmose é desmistificada por especialistas. O professor Alexander Biondo, do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná, esclarece que as mordidas dos felinos não são um meio de transmissão da doença.

Arranhões, mordidas e carícias de gatos, segundo pesquisadores, têm uma possibilidade mínima ou inexistente de transmitir o Toxoplasma gondii aos seres humanos.

Gatos que saem de casa e a toxoplasmose

A presença do gato fora de casa não implica necessariamente uma infecção por toxoplasmose. Embora a chance de contato com o parasita seja maior, não há garantia de transmissão.

Em situações de dúvida, os tutores podem optar por realizar testes para verificar a presença do T. gondii no animal, proporcionando maior tranquilidade em relação à saúde do felino.

Gestação e gatos: é possível com as precauções adequadas

Contrariando alguns mitos, mulheres grávidas podem conviver com gatos, desde que adotem precauções apropriadas. Essas medidas incluem evitar que o gato saia de casa, não oferecer carne crua ao animal e impedir que ele cace outros animais.

Além disso, mulheres que já tiveram toxoplasmose antes da gravidez e desenvolveram anticorpos contra a doença apresentam menor risco de complicações durante a gestação.

A relação entre ser tutor de gatos e a toxoplasmose é frequentemente malinterpretada. A verdade reside na compreensão de que os hábitos de higiene, a alimentação e as precauções adequadas desempenham um papel mais significativo na prevenção da doença do que a simples presença dos felinos.

Com informações e práticas adequadas, é possível desfrutar da companhia dos gatos de maneira segura, minimizando os riscos associados à toxoplasmose.