Volkswagen atravessa crise de liderança com CEO forçando voto de confiança

A Volkswagen, maior montadora global de veículos em vendas, deus indícios de uma crise de chefia nesta terça-feira após seu presidente-executivo, Herbert Diess, pressionar um apoio à sua estratégia de reestruturação da companhia ao pedir antecipadamente uma prorrogação de seu contrato, que expira em 2023.

A empresa convocou seu conselho executivo para discutir a demanda do executivo, exigida muito tempo antes do fim do contrato, disseram nesta segunda-feira três fontes.

Enquanto isso, o presidente do conselho de administração da Volkswagen, Hans Dieter Poetsch, que quer evitar uma disputa entre líderes sindicais e Diess, não deve pospor as discussões sobre uma prorrogação no contrato de Diess, segundo uma das fontes.

Após deixar a BMW em 2015, Diess ajudou a Volkswagen a se reestruturar depois do escândalo das fraudes feitas pela companhia em testes de emissão de poluentes de motores diesel, e agora tem indicado frustração com as medidas de líderes sindicais que têm impedido reduções de custos no grupo.

De acordo com  as fontes, uma reunião do conselho de administração da Volkswagen está marcada para esta terça-feira, e contará com a presença de Wolfgang Porsche e Hans Michel Piech, membros das famílias controladoras da Volkswagen, além do chefe sindical Bernd Osterloh.

A montadora é avaliada em 77,2 bilhões de euros (92,4 bilhões de dólares), valor abaixo da Toyota (155,7 bilhões de dólares) e da Tesla (555 bilhões). Isso embora a Volkswagen tenha vendido 10,96 milhões de veículos no mundo em 2019, enquanto a Toyota vendeu 10,74 milhões e a Tesla somente 367,5 mil carros.

Segundo analistas, o motivo é que a Volkswagen é menos eficiente e tem custos mais elevados. No final do ano passado, o grupo Volkswagen contabilizava 671.205 funcionários, contra 359.542 da Toyota e 48.016 da Tesla.

Procurados, representantes da Volkswagen não quiseram falar sobre o assunto.