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Volta de Trump à Casa Branca deixa aliados ansiosos e Sul Global otimista

Magnata regressa para segundo mandato.

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Donald Trump tomará posse como presidente dos Estados Unidos na próxima segunda-feira, 20 de janeiro, marcando seu retorno à Casa Branca. Enquanto aliados tradicionais dos EUA, como países europeus, demonstram apreensão com a nova era de Trump, o Sul Global enxerga com otimismo o impacto potencial de sua presidência sobre conflitos globais.

Uma pesquisa divulgada dia 15 pelo European Council on Foreign Relations (ECFR) revelou uma divisão clara entre a opinião pública de diferentes regiões. Nos países ocidentais, incluindo 11 membros da União Europeia, Reino Unido, Coreia do Sul e Suíça, prevalece o receio de que o governo Trump traga consequências negativas. Por outro lado, nações como Índia, Arábia Saudita, Brasil, Rússia e China demonstram entusiasmo, com destaque para a Índia, onde 84% dos entrevistados acreditam que a eleição de Trump é positiva.

Nos países ocidentais, o ceticismo em relação a Trump está relacionado, em parte, às declarações do presidente eleito sobre a NATO. Ele questionou o compromisso americano com a defesa coletiva e pressionou os membros da aliança a aumentarem seus gastos militares. Além disso, ações polêmicas, como as ameaças à Dinamarca devido às ambições americanas sobre a Groenlândia, alimentaram as tensões.

Já no Sul Global, a percepção é de que a liderança de Trump pode gerar benefícios econômicos e maior estabilidade em conflitos regionais. Na Índia, por exemplo, há expectativas esmagadoras de que sua administração fortaleça os laços bilaterais.

Paz mundial e conflitos regionais

A pesquisa também revelou divisões sobre o impacto de Trump na paz mundial. Nos países do Sul Global, predomina a crença de que sua liderança terá efeitos positivos. Em contraste, as nações ocidentais estão mais inclinadas a antecipar consequências negativas.

Na Ucrânia, a opinião está dividida. Cerca de 39% dos entrevistados esperam que Trump ajude a resolver o conflito com a Rússia, enquanto 35% acreditam que isso não ocorrerá.

Europa isolada e um mundo mais transacional

Ivan Krastev, diretor do Centre for Liberal Strategies e coautor do estudo, destacou que a Europa enfrenta um momento decisivo em suas relações com os Estados Unidos. Mark Leonard, também coautor da pesquisa, sugeriu que os europeus devem priorizar seus próprios interesses e buscar novas formas de interação em um mundo cada vez mais transacional.

Expectativas sobre o futuro

De forma geral, a pesquisa indica que o poder dos EUA deverá aumentar nos próximos dez anos, especialmente no Sul Global. Entretanto, muitos entrevistados, inclusive nos EUA, acreditam que a China se tornará a principal potência mundial nas próximas duas décadas.

Além disso, há um consenso em diversos países de que a União Europeia ganhará influência global na próxima década, embora essa visão não seja amplamente compartilhada na Rússia, onde apenas 37% acreditam no fortalecimento do bloco europeu.

Com o retorno de Trump à presidência, o mundo observa com expectativa e cautela os próximos passos de sua administração, enquanto o equilíbrio global de poder permanece em transformação.

(Com Agências Internacionais).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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