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Economia

Volume de pequenos negócios abertos cresce no Brasil, mas taxa de juros pode ser empecilho

Levantamento do Sebrae.

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O otimismo econômico no Brasil tem impulsionado o empreendedorismo. De janeiro a abril deste ano, aproximadamente 1,43 milhão de novos pequenos negócios foram abertos no país, representando 96,7% do total de 1,47 milhão de novas empresas. Este número é 9,1% maior que o registrado no mesmo período de 2023, quando foram abertas 1,31 milhão de novas empresas, segundo um levantamento do Sebrae com dados da Receita Federal.

Abril marcou um recorde no número de pequenas empresas abertas desde abril de 2023, com 373,4 mil novos negócios em um único mês. O setor de serviços liderou com 61,6% do total (230.128 novas empresas), seguido pelo comércio (22,9%), indústria da transformação (7,5%) e construção (7,1%). Regionalmente, o Sudeste teve o maior número de novos pequenos negócios (188,4 mil), seguido pelo Sul (72,3 mil), Nordeste (58,4 mil), Centro-Oeste (35,6 mil) e Norte (18,4 mil).

Entre os microempreendedores individuais (MEI), o setor de beleza (cabeleireiros e similares) liderou em abril, com 17.952 novos empreendimentos, seguido por publicidade (17,1 mil), transporte rodoviário de carga (15,5 mil) e atividades de ensino (14,4 mil). Entre as Micro e Pequenas Empresas (MPE), as clínicas médicas e odontológicas lideraram com 4,6 mil novos empreendimentos, seguidas por escritórios administrativos e restaurantes/estabelecimentos de alimentação e bebidas, cada um com 4,2 mil novas empresas.

Pequenos negócios abertos no Brasil

A manutenção da taxa básica de juros (Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) apresenta um desafio significativo para o acesso ao crédito por parte dos pequenos negócios no Brasil. Um levantamento do Sebrae, com base em dados do Banco Central, indica que a taxa de juros para empréstimos a microempreendedores individuais (MEI) é, em média, mais de quatro vezes superior à Selic (10,5%), chegando a 51% ao ano para MEIs no Nordeste.

A taxa média para os MEIs está atualmente em 44,04%. Para microempresas, a média é de 42,49%, e para empresas de pequeno porte (EPP), é de 31,54%. Regionalmente, a taxa de juros para MEIs no Nordeste é de 51% ao ano, seguida pela região Norte (47,62%), Sudeste (47,09%), Centro-Oeste (44,41%) e Sul (37,21%). Esses dados podem ser encontrados no portal Data Sebrae: [Data Sebrae](https://datasebrae.com.br/creditoempresas/).

Alternativas e Programas de Apoio

O cenário deve mudar com a implementação do programa Acredita Brasil. O Sebrae já registrou cerca de 20 mil operações de crédito entre janeiro e maio de 2024, mais que o dobro do volume no mesmo período de 2023. O programa visa democratizar o acesso ao crédito e tem possibilitado uma taxa de juros mais baixa que as praticadas pelo mercado. Desde o início do ano, o Sebrae comemorou a marca de R$ 1 bilhão em crédito concedido através do Fundo de Aval para Micro e Pequena Empresa (Fampe), gerenciado pelo Sebrae. Esse fundo deve viabilizar R$ 30 bilhões em crédito nos próximos três anos, com 29 instituições bancárias aptas a ofertar os recursos.

Recomendação aos Empreendedores

Giovanni Beviláqua, coordenador de acesso a crédito e investimentos do Sebrae, recomenda que os empreendedores busquem informações de qualidade sobre o mercado ao considerar novos créditos para suas empresas. O portal Acredita, do Sebrae, oferece recursos valiosos para que os empresários possam avaliar sua situação financeira e conhecer as linhas de crédito disponíveis.

Impacto Econômico da Selic

Segundo um levantamento da Paramis Capital, a manutenção da Selic terá um impacto bilionário nas empresas, afetando investimentos de longo prazo. Com a decisão do Copom, o custo financeiro para as empresas será de mais de R$ 78 bilhões ao ano, muito maior do que se a taxa fosse reduzida para 9%, o que resultaria em um impacto de aproximadamente R$ 11 bilhões a menos. Atualmente, o Brasil tem a segunda maior taxa de juro real do mundo, atrás apenas da Rússia.

(Com Agência Sebrae).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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