Weg vê retomada de ciclo curto na Europa e EUA a níveis pré-pandemia em 2021

A Weg indicou nesta quinta-feira uma recuperação forte dos negócios em todos os segmentos de equipamentos de ciclo curto no Brasil, retornando a patamares pré-crise no terceiro trimestre, mas disse que uma retomada parecida nos Estados Unidos e na Europa só deve ser vista no ano que vem.

Na véspera, a companhia reportou crescimento de 54% no lucro líquido do terceiro trimestre, sustentada nos negócios de ciclo curto no Brasil, bem como desempenho positivo nas operações de ciclo longo no país e no exterior.

Em teleconferência de resultados, executivos da Weg disseram que os negócios de ciclo curto, de equipamentos padronizados, usados na indústria de eletrodomésticos, tiveram alta acentuada com o relaxamento das medidas de quarentena no Brasil. E a carteira de ciclo longo, pontuaram, continua saudável.

“Temos uma carteira saudável de ciclo longo para 2021”, disse a analistas o diretor superintendente financeiro da Weg, André Rodrigues, em referência a produtos usados em projetos especiais.

Segundo ele, há grandes encomendas de equipamentos para usinas eólicas para entrega em 2021 e 2022. “Temos desempenho muito positivo dessa carteira na América do Norte, o que nos levou a projeto para antecipar a expansão em transformadores”.

Às 13h33, as ações da Weg disparavam 3,25%, encabeçando os ganhos do Ibovespa, que subia 0,9%.

No ciclo longo, a companhia encara como positiva a evolução do mercado de saneamento no Brasil, que agora tem um novo marco regulatório, diante de incentivos para concessões e investimentos privados.

“Segmento de água e saneamento é um dos principais para nós. São motores, automação e até tintas para tubulações”, disse Rodrigues, adicionando que “e um mercado bastante ‘endereçável’ por nossos negócios”.

De acordo com o executivo, o potencial de mercado que pode ser atendido pelos produtos da Weg é de 4% a 5% do valor total dos investimentos em saneamento.

Leilões de saneamento realizados em Alagoas e no Espírito Santos nas últimas duas semanas resultaram em contratos de investimentos de 3,2 bilhões de reais nos anos à frente.

Sobre incertezas regulatórias no mercado de energia solar brasileiros, os executivos acreditam que a tendência continua sendo de aumento, já que o país tem boas condições de insolação e alto custo de energia.

“Mudanças regulatórias podem reduzir um pouco o ritmo de investimento, mas não é algo que deve impactar a tendência de crescimento”, completou Rodrigues.