Mercado de Trabalho
Gostaria de trabalhar 4 dias por semana? 72% dos brasileiros também
Pesquisa aponta que grande parte dos trabalhadores em escritórios sentem que poderiam ser mais produtivos trabalhando por menos tempo
São frequentes os estudos sobre o mercado de trabalho que demonstram que trabalhar menos durante a semana aumenta a produtividade. A lógica é que, com maior tempo de descanso, o período efetivamente trabalhado se torna mais proveitoso. Patrões veem a medida com desconfiança, mas uma pesquisa demonstrou que os brasileiros gostariam de aderir a tal iniciativa. Pelo menos aqueles que atuam em escritórios.
A empresa de escritórios compartilhados WeWork e a Page Outsourcing foram responsáveis pelo levantamento, trazendo números expressivos. A pesquisa foi intitulada “Para além da revolução do híbrido: o paradoxo do trabalho flexível na América Latina”. De acordo com ela, mais de 72% dos brasileiros que trabalham em escritórios consideram que seriam mais produtivos se tivessem uma semana de quatro dias úteis em vez de cinco.
Participaram profissionais de várias idades e diferentes posições hierárquicas na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica e México. Em terras tupiniquins, a maioria dos entrevistados afirmou que a criatividade está diretamente ligada à produtividade. Os brasileiros também acreditam que a flexibilidade na jornada de trabalho impulsiona a performance.
O fato de o estudo ter sido promovido no período pós-pandemia tem grande impacto, é claro. Sob esta perspectiva, modelos alternativos de trabalho se tornaram tão populares que adquiriram a mesma relevância que salário e benefícios em uma oportunidade de emprego. A constatação vale tanto para o Brasil quanto para os países vizinhos.
Cerca de 73% dos brasileiros dizem que o regime de trabalho é o segundo tópico de maior interesse em uma vaga. Apenas o salário (76%) está à frente. Outro dado significativo da pesquisa é o fato de que, na América Latina, cerca de 70% dos pesquisados tiveram sua modalidade de trabalho afetada pela pandemia.
No Brasil, por exemplo, o índice é de 68%. Dentro deste grupo, verificou-se que o trabalho totalmente presencial caiu de 84% para 10% – resultado provavelmente determinado pelas medidas sanitárias de isolamento e distanciamento físico. Ainda para 81% de todos os entrevistados, o modelo híbrido, que conjuga trabalho presencial e remoto, é o mais atraente à disposição.
Eles citaram, porém, alguns dos desafios que encontram neste regime. São eles: relacionamento, visibilidade, troca de informações, separação da vida profissional e pessoal, gestão de horários da equipe e estabelecimento de rotina. Ao todo 8 mil profissionais de 15 setores foram consultados, com destaque para os de tecnologia, financeiro e de telecomunicações.
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