Economia
Meta de arrecadação de impostos é batida antes de dezembro; veja valor
Apesar de redução de tributos, inflação e atividade econômica explicam menor prazo para alcançar cifra trilionária paga por contribuintes
O brasileiro costuma dizer que paga muitos impostos. E um número divulgado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) corrobora esta tese. Às 3h07, desta quarta-feira (16), o cálculo do Impostômetro, que a entidade mantém, registrou que os brasileiros pagaram R$ 2,5 trilhões em impostos desde o início de 2022. Comparativamente, em 2021 alcançou-se a mesma marca apenas no dia 20 de dezembro. Isso significa dizer que, até novembro de 2022, o contribuinte já gastou mais com tributos do que praticamente em todo o ano passado.
O valor diz respeito ao total que vai para os caixas da União, estados e municípios. Entre os tributos, estão impostos, taxas, multas e contribuições. Ao G1, o economista da ACSP, Marcel Solimeo, disse que o menor prazo para totalizar o montante tem relação com os efeitos da inflação, da recuperação da atividade econômica e dos bons resultados de grandes empresas. Tributos indiretos, como o ICMS, por exemplo, incidem sobre o preço final dos produtos e serviços.
“O maior crescimento da arrecadação ocorreu na esfera do governo federal, que fica com cerca de 66% da tributação total, embora redistribua parcela dessa receita para estados e municípios. Além da carga tributária da ordem de 40% do Produto Interno Bruto (PIB), muito elevada para um país emergente como o nosso, onde os contribuintes têm ainda um alto custo para pagar os tributos, além de se sujeitar a multas, devido à complexidade da tributação”, afirmou.
Estima-se que o crescimento da arrecadação é da ordem de 11%. E mais: o valor poderia ser maior caso as alíquotas dos tributos sobre energia, telecomunicações e combustíveis não tivessem caído nos últimos meses. Tais categorias possuem relevância considerável na receita dos estados, por exemplo. É possível acompanhar a apuração de impostos online, em tempo real, na página do Impostômetro. A iniciativa foi criada em 2005 e a ferramenta digital tem parceria do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).
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