Ministro ou vice-presidente: ao assumir o ministério, Alckmin deixará a presidência?

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Indústria e Comércio. A dúvida que surgiu após o anúncio foi: ele poderá exercer ambas as funções ou terá que deixar um dos cargos?

A questão começou a ser discutida logo após o anúncio oficial de parte dos 37 ministros que vão compor o governo do petista. De acordo com a lei, o ex-governador de São Paulo pode acumular as duas funções sem que haja qualquer impedimento.

Ademais, essa mesma situação já ocorreu durante os primeiros mandatos de Lula, em 2004 e 2006, quando seu vice-presidente José Alencar também exercia a função de ministro da Defesa.

Nomeação inesperada

Alckmin não era um nome cogitado para o cargo, visto que o primeiro escolhido teria sido o de Josué Gomes, filho de José Alencar. No entanto, Gomes teria recusado a posição.

Além disso, esperava-se que se ele fosse assumir algum ministério, seria o da Fazenda. Porém, o cargo ficou sob responsabilidade de Fernando Haddad.

O próximo vice-presidente do Brasil tem 50 anos anos de carreira política, foi governador de São Paulo e entrou na disputa pelo cargo de presidente duas vezes: uma em 2006 e outra em 2018. Também é importante mencionar que ele esteve à frente da equipe de transição do governo eleito, que conseguiu a aprovação da PEC de Transição.

O mais surpreendente é que Lula havia declarado em novembro que Alckmin não iria receber um cargo no ministério. No entanto, ele voltou atrás e justificou que a escolha ocorreu justamente por conta da recusa de Josué Gomes.

Em tom de brincadeira, o presidente eleito disse que precisou dar mais trabalho para o seu vice. O petista também afirmou que acredita que Alckmin se dará bem no cargo que assumiu, tendo em vista sua enorme bagagem política e conhecimentos. Segundo Lula, o cargo exige articulação política e respeito dos empresários, o que o novo ministro tem de sobra.