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Política

Fundador da CUFA diz que Lula precisa pensar em Ministério das Favelas

Durante entrevista ao Estadão, Celso Athayde destacou a importância de promover um ministério voltado para as questões sociais das favelas.

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As favelas nas cidades brasileiras têm crescido potencialmente e costumam ser pauta de discussões entre grupos políticos, ONGs e estudiosos.

O fundador da CUFA (Central Única das Favelas), Celso Athayde, afirma que os problemas dessas minorias seguem os mesmos. O fundador afirma que a desigualdade econômica no país continua crescendo.

Em 2011, o número de pessoas morando nessas habitações era de 11,1 milhões e 10 anos depois esse número está em 17 milhões. Esses números revelam que milhões de brasileiros vivem em situação de desigualdade social.

Durante uma entrevista ao Estadão, Celso Athayde destacou a importância de promover um ministério voltado para as questões sociais das favelas.

Não é uma apologia para uma maior quantidade de ministérios, mas uma provocação para haver um setor que possa olhar essas pessoas com uma visão diferente“, afirma.

São pessoas que vivem sob gestão não do poder público, mas de um poder paralelo“, complementa.

Confira os trechos de destaque da entrevista:

Quais desafios se impõem ao novo governo Lula em relação às favelas?

Nesses últimos 20 anos, o mundo mudou. Ainda que Lula tenha reduzido a desigualdade econômica no primeiro governo, nas favelas, ela cresceu neste período.

O primeiro desafio que eu acho que ainda existia e que ele continua havendo é como resolver o déficit habitacional. O Minha Casa Minha Vida não foi capaz de dar respostas objetivas para essas milhares de pessoas que vivem nesse território.

O outro desafio é estimular o empreendedorismo na base da pirâmide.

Por que o estímulo ao empreendedorismo é importante?

Quando eu falo de empregabilidade e de empreendedorismo, eu falo de combate à desigualdade econômica porque é geração de renda.

Uma pessoa que mora na Cidade Tiradentes (bairro da zona leste de São Paulo) e trabalha no centro da cidade leva duas horas para ir ao trabalho e mais duas horas para voltar para casa. 

Se essas pessoas ganharem o mesmo valor e não precisarem gastar quatro horas num ônibus, mais autoestima, mais felicidade.

Até por isso, quando se cria um projeto efetivo para melhorar a vida desses empreendedores, isso contribui para o avanço dessa agenda nas favelas.

A favela ainda sente a ausência do Estado?

É importante a existência do Estado, óbvio, mas ele não é capaz de atender a necessidade das favelas. Pessoas morrem de doenças causadas por falta de saneamento básico. Mas problemas do tipo acontecem também em outros setores.

O mundo corporativo não olha para a favela e não tem responsabilidade de resolver todos os problemas. No terceiro setor, das ONGs e movimentos sociais, são movimentos que criminalizam o lucro.

Quando você transforma o lucro em pecado, você diz que na favela é preciso se viver com escassez e não com abundância. Não digo que eles não são do bem. Mas geralmente são movimentos de fora das favelas.

As ONGs das favelas não têm dinheiro, não têm CNPJ e não conseguem pagar os impostos.

Qual a solução neste caso?

Uma das propostas que a gente tem é transformar a favela numa zona franca, onde os empregadores das favelas tenham menos encargos e tenham maior facilidade para empreender.

Assim, as empresas recebem incentivos fiscais em municípios para desenvolver aquela cidade.

Amante de filmes e séries e tudo o que envolve o cinema. Uma curiosa ativa nas redes, sempre ligada nas informações acerca da web.

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