Economia
Trump busca atender solicitações da indústria do etanol mirando votos no setor
Presidente dos EUA quer assegurar o apoio do cinturão agrícola dos Estados Unidos na próxima eleição.
O presidente Donald Trump está atuando para ajudar os produtores de etanol de milho dos Estados Unidos, de olho em garantir o apoio do cinturão agrícola dos Estados Unidos nas próximas eleições em novembro, disseram duas fontes ligadas ao assunto.
Trum está seguindo uma lista de objetivos políticos feita por senadores do Meio-Oeste há um ano. Em 12 de setembro de 2019, o presidente se reuniu com os senadores, que estavam frustrados com a condução da política de biocombustíveis norte-americana pelo governo.
Estavam presentes na reunião de 2019 os senadores Chuck Grassley e Joni Ernst, do Estado de Iowa, e John Thune e Mike Rounds, da Dakota do Sul.
Segundo cinco fontes, os senadores disseram que a Agência de Proteção Ambiental (EPA) vinha dando suporte à indústria petrolífera às custas de agricultores que dependem das vendas de etanol, e indicaram uma série medidas que poderiam resolver o problema. A lista de 11 itens está em um memorando do encontro, de acordo com uma das fontes.
“Eu acho que tivemos uma ótima reunião para os agricultores em relação ao etanol. “Vamos ver o que acontece”, disse Trump após a reunião, quando anunciou que havia feito progresso em um pacote de reformas para o setor de biocombustíveis, sem dar detalhes.
Agora, uma ano depois o presidente e sua equipe o começaram a pedidos feitos pela indústria, utilizando a reunião como um marco para agradar o eleitorado do cinturão agrícola. Fontes acreditam que a disputa com rival democrata Joe Biden.
Segundo o memorando, cujos detalhes ainda não haviam sido divulgados, a lista incluía a redução de um programa da EPA que isenta refinarias da mistura obrigatória de etanol à gasolina; a definição de um volume obrigatório maior de biocombustíveis nas misturas em 2020; a expansão do mercado para a gasolina E15, com maior teor de etanol; a exploração de um programa nacional de infraestrutura para biocombustíveis; e a abordagem a questões comerciais, especialmente em relação ao Brasil.
O primeiro passo foi a negativa da EPA sobre isenções retroativas a pequenas refinarias de petróleo, que permitiriam que mais de uma dúzia de instalações continuassem solicitando anualmente isenções das misturas obrigatórias de biocombustíveis.
Em seguida, Trump pediu ao Brasil que continuasse com uma política de isenção de tarifas ao etanol importado, solicitando a suspensão de todas as taxas ao governo do presidente Jair Bolsonaro. O Brasil então anunciou a extensão de uma cota de importação de etanol sem tarifa por três meses.
O terceiro passo foi dado exatamente um ano após a reunião com os senadores, no dia 12 de setembro, quando Trump publicou no Twitter que permitiria que os Estados passassem a liberar a utilização das bombas de combustíveis atuais para a comercialização da gasolina E15. A medida, que pode impulsionar com força as vendas de etanol elimina a necessidade da instalação de novos equipamentos.
Nem a Casa Branca nem a EPA quiseram falar sobre o assunto.
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