O sistema gratuito de recargas para carros elétricos pode acabar; entenda

Através dos pontos de recarga gratuitos, as empresas buscaram estimular a compra de novos carros elétricos, mas aos poucos essa ideia está começando a deixar de ser lucrativa. Entenda exatamente por que a gratuidade está caminhando para seu fim.

O sistema de carregamento para veículos elétricos e híbridos plug-in segue sofrendo no país. Além de haver poucos pontos de recarga, algo que gera muitas filas para os usuários, esses pontos estão sujeitos a vandalismo, o que sinaliza desvantagem para quem pretende migrar para os carros elétricos.

De acordo com Ricardo David, sócio-diretor da Elev, empresa especializada em soluções de eletromobilidade, os carregadores gratuitos são uma ótima ferramenta para a expansão do setor, mas a forma como estão sendo aplicados atualmente tem gerado prejuízo aos consumidores, visto que a dificuldade para conseguir o abastecimento desmotiva a migração para os veículos elétricos.

David explica: “Os carregadores gratuitos que vemos no Brasil são, em sua grande maioria, um serviço que serve como uma divulgação para a eletromobilidade. Porém, por mais que existam benefícios, eles carecem de alguns fatores. Isso pode ser exemplificado com a manutenção do serviço e tem como reflexo o aumento das filas nos eletropostos”.

Ele ainda completa dizendo que, se o serviço for realizado de forma custeada, é possível oferecer mais qualidade. Haveria maiores manutenções nos pontos de recarga, e os aparelhos poderiam ser atualizados para produzir ainda mais recarga e em menor tempo.

Em suas palavras, o executivo explicou: “Você não gostaria de ver o seu empreendimento com possíveis consumidores demorando horas em filas no estacionamento. Você gostaria que eles colocassem o seu veículo para carregar e fossem realizar outras atividades. Desse modo, acredito que o modelo de gratuidade será superado e os consumidores buscarão por mais comodidade e um serviço de maior qualidade”.

O cenário dos veículos elétricos já vem sentindo um aumento em sua demanda, pois, segundo os dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), em 2022 estimava-se que o ano encerrasse com 47 mil veículos eletrificados emplacados. A média entre os meses janeiro e novembro apontou cerca de 43 mil veículos que entraram em circulação, superando os números do ano anterior em quase 10 mil unidades.

Fato é que os envolvidos com o cenário já estão avistando a necessidade de implementar uma infraestrutura que comporte o aumento da demanda de carros elétricos. O crescimento já foi notado, e como esses veículos dependem apenas da energia elétrica, uma infraestrutura ainda mais abrangente favorece as vendas

Isso porque mesmo, possuindo um valor acentuado, os carros elétricos se tornam uma opção cada vez mais interessante, frente ao alto valor dos combustíveis.