Economia
Vendas do varejo recuam 0,6% em novembro de 2022
Avanço dos preços dos combustíveis e desempenho fraco do Black Friday determinaram resultado adverso
Sob a pressão da inflação – decorrente do aumento de preços dos combustíveis – aliada ao resultado frustrante da promoção anual ‘Black Friday’, as vendas do varejo nacional acabaram recuando 0,6% em novembro último, em relação ao mês anterior, conforme mostram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nessa quarta-feira (11). Já em comparação com novembro de 2021, o setor apresentou alta de 1,5%, além avanço de 1,1% no saldo acumulado do ano passado, até novembro.
Após registrar três meses seguidos de crescimento, o varejo não deverá ‘engatar’ novo ciclo de expansão, uma vez que o efeito positivo decorrente da combinação de incentivos fiscais com mercado de trabalho ‘aquecido’ deve ser neutralizado pelos juros elevados e inflação idem.
No que se refere comércio varejista ampliado (que abrange veículos, motos, partes e peças e material de construção), as vendas recuaram os mesmos 0,6% sobre o mês anterior.
Das oito atividades pesquisadas pelo instituto, seis exibiram recuo em novembro, a exemplo da redução de 5,4% do volume de vendas de combustíveis e lubrificantes, e de 3,4% para equipamentos e material para escritório, informática e comunicação.
O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, acentua que “novembro foi o primeiro mês em que os preços dos combustíveis voltaram a crescer após uma sequência de deflação que se iniciou em julho do ano passado”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos. Na mão inversa, enquanto vigorou, a redução da alíquota do ICMS sobre os combustíveis, no ano passado, contribuiu para ‘segurar’ os preços da economia, pelo menos, por alguns meses.
Sobre o Black Friday, ocorrido no final de novembro último, Santos comentou que a campanha não exerceu impacto significativo sobre o comércio varejista, ante à constatação de baixo volume de vendas de equipamentos e material de escritório, após apresentar dois meses marcados por forte crescimento. “As condições macroeconômicas, como a falta de crescimento de crédito, a alta dos juros, a estabilidade do valor do Auxílio Brasil e a volta da inflação, acabam impactando a renda das famílias e diminuem o consumo”, acrescentou o gerente da pesquisa.
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