Valor da gasolina volta a subir mesmo com o corte nos impostos. Por quê?

Para os brasileiros que precisaram abastecer os seus veículos nos primeiros dias de janeiro, o aumento nos preços dos combustíveis foi notado. O valor voltou a subir, mesmo que os impostos federais continuem zerados.

Após a posse presidencial, o presidente Lula (PT) estendeu a isenção dos tributos sobre a gasolina por mais 60 dias. A medida que desonerava o produto foi tomada pelo governo anterior com a intenção de frear os aumentos que vinham ocorrendo. O petista, por sua vez, decidiu prorrogar a MP (Medida Provisória) pelo mesmo motivo.

No entanto, não houve resultado, já que os preços voltaram a subir.

Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível) nas primeiras semanas de 2023, a gasolina subiu, em média, 3,6%. Especialistas apontam que o possível motivo pode ter sido uma mudança em outro imposto.

Motivos do aumento

A alteração na alíquota do ICMS (Imposto de Mercadorias e Serviços), que é de caráter estadual, pode explicar parte da alta no valor do combustível. Contudo, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Macedo, afirmou que vai investigar a decisão tomada por parte dos donos de postos de combustível.

Os impostos sobre a gasolina devem continuar zerados por mais dois meses, período no qual a medida provisória segue valendo. Já a desoneração de tributos sobre o diesel e o gás de cozinha foram prorrogados por um ano.

No entanto, não parece ser do interesse do atual governo adotar a isenção para a gasolina de forma definitiva, o que significa que os impostos podem retornar em março. No caso dois outros dois produtos, a decisão deve continuar, já que seu aumento impactaria diretamente a categoria dos caminhoneiros e as famílias mais pobres.

Os anúncios sobre as novas medidas do governo, a princípio, seriam feitos até o fim desta semana. Contudo, os ataques terroristas cometidos por bolsonaristas às sedes dos Três Poderes podem atrasar o processo.