Confiança da indústria no Brasil em setembro registra maior nível desde 2013

Em setembro, a confiança da indústria no Brasil registrou a quinta alta mensal consecutiva, sendo o maior nível registrado em mais de sete anos. Os números são resultado do otimismo dos empresários em relação à situação atual e as perspectivas futuras do setor. O levantamento foi divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira (28).

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apresentou alta de 8,0 pontos em setembro, chegando a 106,7 pontos, o que representa o maior nível desde janeiro de 2013, quando também foram registrados 106,7 pontos.

O resultado refletiu avaliações positivas dos empresários tanto em relação ao momento presente quanto às projeções dos próximos três meses. O Índice de Situação Atual (ISA) cresceu 9,5 pontos, a 107,3 pontos, máxima desde janeiro de 2013. Por sua vez, o Índice de Expectativas (IE) avançou 6,3 pontos, a 105,9 pontos, sendo esta a maior leitura desde abril de 2013.

“Esse resultado sugere que o pior da crise já foi superado e que o setor teria fôlego para continuar a apresentar resultados positivos no próximo trimestre”, avaliou Renata de Mello Franco, economista da FGV-Ibre, destacando que, segundo os empresários, a demanda está satisfatória, o nível de estoques está confortável e que há ainda a expectativa de aumento de produção e do quadro de pessoal no curtíssimo prazo.

Por outro lado, a especialista destacou que o nível ainda baixo do indicador que mede o otimismo dos empresários com a evolução do ambiente de negócios nos seis meses seguintes, em 96,5 pontos, “evidencia a preocupação do setor com o ambiente de negócios a partir de 2021, uma cautela possivelmente motivada pela incerteza com relação aos rumos da economia após a retirada dos programas emergenciais do governo.”

As melhoras seguidas nas sondagens industriais brasileiras são resultado da retomada da produção e flexibilização de medidas de restrição devido ao coronavírus. Entretanto, apesar dos indícios de recuperação da atividade, os números da pandemia permanecem em alta no Brasil, que se aproxima da marca de 5 milhões de casos de Covid-19, com quase 142 mil mortes registradas pela doença.