Economia
Argentina precisará oferecer garantias reais para criação de moeda comum com o Brasil; entenda
Um dos desejos do governo Lula é a criação de uma moeda comum entre Brasil e Argentina. Saiba mais sobre o assunto.
Criar uma moeda única é uma forma de unificar a economia de uma região, facilitando para as pessoas e as empresas fazerem negócios entre si. Um exemplo concreto é o euro, moeda usada por vários países da União Europeia, como Portugal, França e Espanha.
Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou estudos para criação de uma moeda comum entre Brasil e Argentina. Isso acontece porque o governo brasileiro busca fortalecer suas relações comerciais com o vizinho em um momento em que a China começa a ganhar espaço do Brasil na região.
Contudo, o plano não é substituir o peso argentino ou o real brasileiro. O objetivo é utilizar o “peso-real” em transações comerciais, como as importações entre os países, eliminando o dólar como intermediário.
Afinal, o que precisa ser feito para isso acontecer?
Para que a moeda comum se torne realidade, a Argentina precisará entregar ativos reais como garantia. Dessa forma, o modelo em estudo pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), prevê que os bancos emprestem aos argentinos os reais necessários para bancar as importações, excluindo a necessidade de uso do dólar.
O peso argentino é a moeda oficial da Argentina. Introduzido em 1992, substituindo o antigo austral, ele enfrentou uma série de problemas econômicos, incluindo hiperinflação, desvalorização e instabilidade cambial. A moeda possui dificuldades de aceitação nas transações comerciais internacionais, principalmente em meio à crise inflacionária que assola o país.
Como o país vizinho não tem dólares, essa garantia será dada em ativos reais, como barris de petróleo ou outras commodities. O Ministério da Fazenda afirma que esse sistema de compensação entre os dois países poderia viabilizar a exportação de carros e tecidos brasileiros e a importação de gás e trigo.
Riscos para o Brasil
De acordo com Tony Volpon, ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, o governo brasileiro tomará risco de crédito com um país que tem historicamente tido problemas para pagar suas dívidas. Tal situação levou a Argentina a negociar um acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) em 2022 para evitar um calote em suas dívidas.
Para Volpon, a moeda comum pode ser uma forma de o Brasil retomar uma relação mais amigável com um parceiro importante, embora ele entenda a proposta como uma “artimanha”.
Sistema de Pagamentos em Moeda Local
Criado em 2008 e administrado pelo Banco Central do Brasil em parceria com seus pares na Argentina, no Uruguai e no Paraguai, o Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML) pode ser o ponto de partida das negociações. Seu objetivo é facilitar transações entre países do Mercosul.
De acordo com Henrique Meirelles, presidente do BC na época da criação, o sistema facilitou a operacionalização do fluxo comercial entre Brasil e Argentina devido à carência de dólares no país vizinho. Embora o SML tenha trazido vantagens, sua participação nas trocas bilaterais permanece até hoje reduzida e concentrada nas exportações brasileiras.
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