Ações, Units e ETF's
Investimento de brasileiros no mercado financeiro soma R$ 5 tri em 2022
Total do ano passado supera em 11,7% o apresentado em 2021, segundo a Anbima
‘Turbinado’ pelo setor de varejo, o montante de investimentos de brasileiros em 2022 bateu recorde, ao somar R$ 5 trilhões em 2022, superando em 11,7% o apresentado em 2021, segundo estudo divulgado, na última quinta-feira (9), pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Se considerado apenas o varejo, o aporte chega a R$ 3,1 trilhões, que corresponde a 143,6 milhões de contas. Desse total, o segmento private responde por um montante de R$ 1,9 trilhão e 153,1 mil contas.
Com a escalada da Selic (taxa básica de juros) – que saltou de 2% ao ano, em agosto de 2020 para os atuais 13,75% ao ano – a renda fixa passou a ser o investimento preferencial para 60,3% das Pessoas Físicas.
Neste aspecto, ganharam atrativo especial aplicações em títulos de renda fixa isentos de Imposto de Renda (IR), como as Letras de Crédito do Agronegócio e Imobiliário (LCAs e LCIs), em que a maior parcela do capital investido (47%) correspondia a títulos e valores mobiliários – que valorizaram 25% no ano passado, atingindo um total de R$ 2,37 trilhões.
Em outro cálculo, o patrimônio investido em LCAs e LCIs aumentou 76,0% (R$ 317,6 bilhões) e 67,6% (R$ 217,2 bilhões), respectivamente, em 2022. Já o volume investido em Letras Imobiliária Garantida (LIGs) apresentou crescimento de 87,7% (R$ 86,7 bilhões).
Para o presidente do Fórum de Distribuição da Anbima, Ademir Correa, “ainda de forma incipiente, os investidores começaram a entender as LIGs e a abrir mão de liquidez e prazo para pode gerar mais retornos. O investidor muda o comportamento quando a Selic está alta”.
Na previsão de Correa, os investidores continuarão buscando porto seguros em 2023, em um cenário de taxa de juros ainda alta. “Com as incertezas, notamos as inseguranças mesmo entre os clientes com o perfil mais arrojado, colocando percentual maior da carteira em ativos com menos oscilação”, avaliou.
Ao mesmo tempo, o dirigente da Anbima entende que, apesar da grande procura pelos títulos isentos de IR como as LCIs e as LCAs, os bancos terão dificuldade para ofertar esses papéis por falta de lastro. Também registram alta significativa, sobre o patrimônio investido, títulos de renda fixa, como debêntures tradicionais, cujo valor subiu 58,5% em 2022, para R$ 15,8 bilhões.
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