Impasse entre ministros e Trump pautam negócios

A semana começa com os mesmos temas que preocuparam os investidores na semana passada: as discussões entre os ministros da Economia, Paulo Guedes, e do Desenvolvimento Social, Rogério Marinho, e a contaminação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Com isso, a volatilidade deve continuar dando o tom aos negócios, com os índices acionários oscilando ao sabor das notícias pontuais. Às 9h20, o Ibovespa futuro registrava ganho de 0,91%, aos 94.060 pontos.

Na sexta-feira, circularam rumores de que o ministro Marinho havia criticado o ministro Guedes durante live para investidores. Segundo os rumores, Marinho havia dito que o Renda Cidadã sairia de qualquer forma. O ministro Guedes, questionado, disse não acreditar que Marinho tenha falado mal dele. Mas ressaltou que, se tivesse falado, “é um despreparado, desleal e fura-teto”. Marinho negou a crítica e disse que as informações divulgadas pela imprensa foram distorcidas e reforçou que defende um programa que dê sequência ao auxílio emergencial, respeitando o teto de gastos.

O impasse entre Guedes e Marinho sobre o cumprimento ou não do teto de gastos preocupa muito os investidores Aparentemente, o que se vê é que, se o Renda Cidadã for mantido, o teto de gastos não será cumprido porque o cobertor é muito curto.

Segundo matéria da Folha de S.Paulo, o governo estuda extinguir o desconto de 20% concedido automaticamente para contribuintes que fazem a declaração simplificada de imposto de renda de pessoa física. Se aprovado, a medida deve atingir cerca de 17 milhões de pessoas.

Além dessa troca de farpas com Marinho, o mercado também está atento às “cutucadas” entre Guedes e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. O mercado espera que o ministro consiga se entender com seus adversários, porque o que se vê por enquanto é que Guedes tem angariado inimigos e tem ficado enfraquecido.

Há pouco, o Banco Central divulgou o Boletim Focus. Os economistas melhoraram a estimativa de retração da economia para este ano de queda de 5,04% para retração de 5,02%. Para 2021, a projeção foi mantida em 3,5%. Para inflação, houve uma elevação de 2,05% para 2,12% este ano. Para 2021, o mercado baixou de 3,01% para 3%. Para a taxa Selic, as projeções foram mantidas para este e para o próximo ano em 2% e 2,50%, respectivamente.

Nos Estados Unidos, a informação de que o presidente Trump está se recuperando bem anima os investidores. Isso porque, quanto mais rápido a recuperação do presidente, menor deve ser o impacto na corrida presidencial. No final de semana, segundo o boletim médico, o presidente ficou bem, apresentando apenas sintomas como cansaço, congestão nasal e tosse.

Na Europa, segue o aumento de casos de covid-19. Paris anunciou que deve adotar novas medidas de restrição.

Em Nova York, o índice futuro do Dow Jones registrava alta de 0,66%, aos 27.749 pontos.