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Economia

Permanência de Selic elevada compromete investimentos em 2023

Juros proibitivos devem ‘engavetar’ projetos de empresas; setores de agronegócio, energia e infraestrutura são exceções

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Um crescimento econômico comprometido este ano. Esse é o principal saldo da previsível retração de investimentos no país, por conta da perspectiva de que os juros (básicos da economia, a chamada Selic, hoje a 13,75% ao ano) devem continuar elevados por tempo indeterminado, a depender de sinalizações mais recentes do Banco Central (BC), sob o argumento de que é ‘elevada’ a incerteza’ da atual política econômica do governo petista.

Conspiram contra uma recuperação mais ‘robusta’ da economia o encarecimento do financiamento às companhias, que se acentuou desde o final do ano passado. Excetuando ‘blue chips’ como Vale do Rio Doce (VALE3), Petrobras (PETR3, PETR4) e Eletrobras (ELET3, ELET6), o custo de captação das empresas no mercado financeiro aumentou em 15%, percentual superior, inclusive, ao retorno esperado para o investimento realizado, aponta estudo elaborado pelo coordenador do Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe (Cemec-Fipe) Carlos Antonio Rocca.

Trocando em miúdos, deixa de ser interessante às empresas, em especial, aquelas de médio e pequeno portes, tomar recursos no mercado financeiro para ampliação da capacidade produtiva, e investimento em novas obras. Em lugar disso, sem mudanças à vista no cenário atual, a tendência é ‘engavetamento’ de projetos planejados.

Nesse sentido, Rocca comenta que “a expectativa neste ano é de que o investimento privado enfrente um baixo crescimento por causa do custo maior aliado a fatores como PIB mais fraco, estabilização dos preços das commodities e aumento do custo de mão de obra”.

De maneira geral, qualquer decisão de investimento é precedida de condições específicas, como estabilidade macroeconômica e um bom ambiente de negócios. Mas, no caso brasileiro, atualmente proliferam dúvidas com relação à gestão das contas públicas, sobretudo quanto à eficácia do arcabouço fiscal – apresentado há poucos dias pelo Ministério da Fazenda – no sentido de ‘estancar’ o endividamento da economia brasileira. De acordo com dados do IBGE, a dívida pública brasileira corresponderia hoje a 73% (R$ 6,166 trilhões) do PIB (estimado em R$ 8,447.250 trilhões). Ao mesmo tempo, quanto mais o governo Lula ‘bate’ nas diretrizes monetárias do BC, mais distante fica a perspectiva de baixa da Selic.

Rota ascendente – Em que pese a expectativa de estagnação do nível de investimento – taxa de formação bruta de capital, no jargão econômico – no momento, em torno de 19% do PIB, alguns setores poderão ‘ignorar’ o quadro macroeconômico instável e pretendem seguir uma rota ascendente de crescimento. É o caso do dinamismo da cadeia produtiva do agronegócio e da infraestrutura, neste caso, devido à necessidade de modernização empresarial, já determinada por obrigações contratuais.

Outro exemplo seria o setor de energia elétrica, que ‘trabalha’ com investimentos em projetos renováveis de longo prazo, com destaque para as matrizes eólica e solar, sem contar com a área de saneamento, que já contou com 22 leilões, somente nos últimos três anos, a partir da entrada em vigor do marco regulatório.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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