Economia
Taxa de desemprego no país cresce para 8,6% da população economicamente ativa
Segundo a Pnad Contínua, do IBGE, avanço foi de 0,5 p.p., ante o trimestre anterior
Em contraste com a tendência de queda do nível de desemprego do país, verificada nos últimos meses, a taxa de desocupação no país, no trimestre concluído em fevereiro último, aumentou para 8,6% da população economicamente ativa, o que corresponde a um aumento de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre compreendido entre os meses de setembro e novembro (8,1%), apontam dados mensais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados hoje (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em igual período de 2022, a taxa estava em 11,2%, ao passo que no trimestre móvel até janeiro deste ano, esta foi de 8,4%.
Com alta de 7,5%, também no mesmo trimestre encerrado no mês passado, a renda média real do trabalhador atingiu R$ 2.853, ao passo que a massa de renda real paga aqueles que estão empregados totalizou R$ 275,457 bilhões, o equivalente a uma elevação de 11,4%, ante o mesmo período do ano passado.
Outra conclusão do estudo é no sentido de que o número absoluto de desocupados no país cresceu 5,5%, alcançando a marca de 9,2 milhões de pessoas – 483 mil a mais do que no trimestre anterior. Já em relação a 2022, o recuo de pessoal desocupado chega a 23,2%, ou menos 2,8 milhões de trabalhadores.
Também se reduziu em 1,6% o total de pessoas ocupadas, ante o trimestre anterior, que caiu para 98,1 milhões de brasileiros. Em contraponto, aumentou em 3% o contingente de pessoal ocupado.
No que toca à força de trabalho nacional – que considera pessoas ocupadas e desocupadas – o trimestre encerrado no mês passado somou 107,3 milhões de pessoas, contingente 1% menor (menos 1,08 milhão de pessoas) que no trimestre imediatamente anterior. Em contrapartida, o número daqueles que estão fora do critério de ‘força de trabalho’ cresceu 2,3%, atingindo 66,8 milhões.
No trimestre encerrado em fevereiro, a força de trabalho brasileira — ou seja, pessoas ocupadas e desocupadas — chegou a 107,3 milhões de pessoas, uma redução de 1% (1,08 milhão de pessoas) frente ao trimestre anterior. Já a população fora da força teve crescimento de 2,3% e chegou a 66,8 milhões. O entendimento do instituto é de que o mercado de trabalho “esteja voltando à normalidade’, após um ciclo de recuperação posterior à crise pandêmica.
De acordo com a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, “esse aumento da desocupação ocorreu após seis trimestres de quedas significativas seguidas, que foram muito influenciadas pela recuperação do trabalho no pós-pandemia. Voltar a ter crescimento da desocupação nesse período pode sinalizar o retorno à sazonalidade característica do mercado de trabalho”, acrescentando que “se olharmos retrospectivamente, na série histórica da pesquisa, todos os trimestres móveis encerrados em fevereiro são marcados pela expansão da desocupação, com exceção de 2022”.
A coordenadora do IBGE conclui, afirmando que os primeiros meses do ano são marcados pelas dispensas de trabalhadores temporários, que costumam ser contratados no fim do ano, e por uma maior pressão do mercado de trabalho após o período de festas.
Confira os números da Pnad Contínua (IBGE)
Taxa de desocupação: 8,6%
População desocupada: 9,2 milhões de pessoas
População ocupada: 98,1 milhões
População fora da força de trabalho: 66,8 milhões
População desalentada: 4 milhões
Empregados com carteira assinada: 36,8 milhões
Empregados sem carteira assinada: 13 milhões
Trabalhadores por conta própria: 25,2 milhões
Trabalhadores domésticos: 5,8 milhões
Trabalhadores informais: 38,2 milhões
Taxa de informalidade: 38,9%
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