Educação
Livraria dos shoppings: saída de Saraiva e Cultura abre espaço para a concorrente; Descubra qual!
A crise financeira que acometeu as livrarias Saraiva e Cultura, nos últimos anos, deixou um espaço em aberto em muitos shoppings centers do país. Essa oportunidade era tudo que a concorrência precisava para se expandir no mercado nacional. Estamos falando da livraria Leitura.
Enquanto a Cultura faliu e a Saraiva entrou em recuperação judicial, a Leitura começou o ano com 99 lojas físicas e previsão de abertura de mais seis unidades. Essa é a mesma quantidade de lojas que a Saraiva fechou este ano, até então.
Só no estado de São Paulo, a previsão é concluir o ano com 25 unidades em funcionamento, contando com uma inauguração em Sorocaba e duas na capital, nos shoppings Plaza Sul e Marketplace.
História
A Leitura foi fundada em 1967, em Belo Horizonte (MG), por Emídio Teles. Ele era um jovem, de apenas 18 anos. Inicialmente, a empresa era voltada para o comércio de livros didáticos novos e usados. A primeira loja foi aberta na Galeria do Ouvidor, no Centro da cidade, e recebeu o nome de Livraria Lê.
O plano de expansão, a princípio, previa novas lojas apenas dentro do estado. Oito anos depois, o negócio mudou de nome e passou a se chamar Leitura, como segue até hoje. E no início dos anos 2000, a livraria começou a chegar a outros locais do país.
Hoje, a Leitura está presente em 22 estados e emprega cerca de 2,2 mil funcionários. A empresa adotou um plano especial de rentabilidade para se manter ativa. Todos os anos, ela analisa os indicadores de venda de todas as lojas e fecha a menos rentável delas, geralmente, no segundo ano de existência.
Trata-se de um estratégia de vai e vem, como se fosse um passo atrás para avançar dois adiante. Com isso, ao mesmo tempo que a empresa fecha, ela também abre novas unidades e explora novos espaços.
Como está hoje?
Hoje, a Leitura não vende apenas livros, mas uma infinidade de produtos, como itens de papelaria, CDs, DVDs, eletrônicos, brinquedos, games e outros.
A empresa é liderada por Marcus Teles, irmão do fundador Emídio. Ele trabalha na livraria há mais de 40 anos e é um dos sócios desde o princípio. Segundo ele, a Leitura sempre cresceu com capital próprio e, apesar das dificuldades, conseguiu manter a positividade do caixa e fazer reservas.
A previsão, além das inaugurações deste ano, é que em 2024 outras 10 unidades sejam inauguradas. Ao contrário do que muitos acreditam, Marcus aponta que a venda de livros no Brasil não registrou grande queda, ao longo do tempo.
Ele explica que, na verdade, algumas redes estavam concorrendo com grandes empresas internacionais que operam na internet, como a Amazon, e que costumam vender produtos abaixo do preço de custo.
Sem gastos de manutenção de espaços físicos e com venda de todo tipo de produto, fica difícil concorrer com esses modelos de negócio.
Relevância
Apesar disso, as livrarias ainda mantêm a relevância no mercado nacional, e a Leitura pretende se adaptar para ocupar a lacuna que vem sendo deixada pelas concorrentes.
Nos próximos anos, a empresa deve chegar aos demais estados do país, onde ainda não possui unidades. A ideia é manter a austeridade contábil e garantir a continuidade do negócio.
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