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Agronegócio

EUA relaxam com o meio ambiente e exportações de etanol do Brasil podem pagar o pato

Biodiesel também poderá perder embarques, mesmo sendo volumes mais baixos que o etanol, para outros mercados

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O governo de Joe Biden jogou os Estados Unidos novamente no limbo de suas pretensões, cada vez mais relaxadas, de proteção ambiental.

Para além disso, a notícia desta quarta-feira (21) também apresenta um impacto nas exportações brasileiras de etanol anidro.

E, de rabeira, tira um pouco das exportações do biodiesel para outros países, que são ainda mais irrisórias do que o próprio biocombustível para automóveis feitos da cana e do milho.

O programa Renewable Fuel Standard (Padrões pra Combustíveis Renováveis) cortou mais um pouco dos mandatos de mistura do biocombustível à gasolina e elevou aquém do aguardado ao diesel, segundo a Agência de Proteção Ambiental (EPA).

Para o etanol, 250 milhões de galões a menos em 2024 e 2025. O etanol produzido no país é de milho, lembrando aqui.

Para o biodiesel, o total de mistura subiu muito pouco, abaixo do pedido dos produtores e dos ambientalistas. Serão ao todo 6,54 bilhões de galões, com Washington recusando a proposta de 6,62 bilhões.

Houve alguns ajustes para o resto de 2023, também.

O Brasil não exporta muito, perto da potencialidade, mas teria grande mercado nos EUA, mesmo estes sendo grandes produtores, e, sobretudo, como válvula de escoamento – e de receita – nos momentos nos quais o mercado interno não é compensador.

Em 2022, os americanos figuram na segunda colação entre os importadores (atrás da Coreia do Sul), com 695,64 milhões de litros), de um total embarcado de 2,43 bilhões/l, em alta de 26,3% sobre 2021.

Em 2023 o ritmo está bom também, porém os EUA não estão entre os compradores líderes, já que há um excesso de estoques de milho no mercado e consumo interno sem expansão.

No caso do biodiesel os volumes praticamente dão traços: 42 mil metros cúbicos em 2022, apesar do salto de mais de 400% sobre 2021.

Aqui também nesse setor os americanos são mais ainda autossuficientes, enquanto o etanol a importação de etanol por eles serve como equilíbrio dos preços internos

Noves fora o mercado local, qualquer possível sobra de biocombustíveis, com a nova política, vai implicar em maiores embarques das destilarias locais, competindo com o já acanhado nível exportado dos brasileiros.

Se a próxima safra brasileira e a atual americana forem cheias, de lambuja ainda terá mais milho e soja (o grosso das matérias-primas do biodiesel) para pressionar os preços internacionais.

Com mais de 40 anos de jornalismo, sempre em economia e mercados, já passou pelas principais redações do País, além de colaborações para mídias internacionais. Contato por e-mail: infomercadosbr@gmail.com

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