Beleza, BRF (BRFS3) dispara, mas precisará entregar resultados se não follow-on vira pó

Não seria de se esperar diferente a acelerada das ações da BRF (BRFS3) na bolsa esta quarta-feira (5).

O movimento se mostrava desde a semana passada, quando foi noticiada uma oferta de ações, confirmada em fato relevante na terça. Às 15h10, a On dispara 10,63%, a R$ 9,90.

Levantar até R$ 5,3 bilhões no mercado, sob distribuição de até cerca de 500 milhões de ações, não é pouca coisa para uma companhia muito endividada.

Mas o mercado que compra, vende também, se a BRF não entregar novos e bons resultados operacionais.

A captação, como comunicou a empresa, é para amortização da alavancagem. No primeiro trimestre, estava em 3,3x o Ebitda ajustado: R$ 15,29 bilhões, muita coisa.

Nesse período de janeiro a março, houve melhora dos resultados operacionais da dona das marcas Sadia e Perdigão, que aparou seu prejuízo líquido em pouco mais de R$ 500 milhões.

O segundo trimestre acabou e o balanço correspondente, a ser divulgado em agosto, precisa atestar que o caminho para contar com resultados operacionais está dado para o resto de 2023 também.

Caso contrário, o follow-on  – por meio de aportes de 50% cada do fundo árabe Salic e do controlador Marfrig – vai acabar virando pó.

A razão do alongamento da dívida, pretendida com a operação, precisa do apoio de receitas antes que volte a subir novamente.